
Bizarro, provocador, controverso e até polémico. Estas são algumas das palavras utilizadas para descrever o filme ‘Saltburn’, da britânica Emerald Fennell. Esta história – que fala sobre excessos, muitos excessos - acontece numa extravagante mansão que existe na vida real. A casa com 127 quartos fica numa propriedade chamada ‘Drayton House’ em Lowick, Northamptonshire, Inglaterra.
Lutando para encontrar o seu lugar na Universidade de Oxford, o estudante Oliver Quick (Barry Keoghan) vê-se arrastado para o mundo do charmoso e aristocrático Felix Catton (Jacob Elordi), que o convida para ‘Saltburn’, a imensa propriedade da sua excêntrica família, para um verão que nunca será esquecido.

A propriedade serve como cenário para os principais acontecimentos de ‘Saltburn’, disponível no Amazon Prime Video, e muitas das cenas acontecem mesmo em divisões reais do palácio. A casa de estilo barroco esbanja charme aristocrático, com jardins, piscinas, e um labirinto de sebes, um cenário perfeito para as cenas incendiárias do filme.
Embora o local remonte a 1066, pensa-se que a casa tenha sido construída por volta de 1328 e vendida em 1361. Desde então, tem sido transmitida por herança, tendo os habitantes feito grandes alterações na propriedade ao longo dos séculos. A fachada barroca do edifício foi acrescentada no século XVIII, segundo relata o ‘The Independent’.
'House Porn': quando os espaços são tão ou mais importantes do que os guiões e as personagens
E Saltburn’ é o último exemplo daquilo que nas redes sociais se chama de "porno arquitetónico" - experimenta usar o 'hashtag' #houseporn. "Isto é, quando o que é verdadeiramente pecaminoso num filme supostamente transgressor não são as cenas de sexo, mas sim uma casa com 85 quartos e um jardim com labirinto", escrevia esta terça-feira o El País, detalhando que "o que há de verdadeiramente pornográfico no filme é a forma como a casa é filmada, como a câmara recria os seus interiores opulentos e a beleza cénica da sua fachada".

E segundo o jornal espanhol - que aponta uma listagem de outros exemplos cinematográficos em que também a arquitetura e a decoração dos espaços têm um papel central - esta estratégia de utilizar a casa para marcar o fio condutor do filme e a evolução das personagens não é por acaso, já que "para o protagonista de Saltburn (interpretado por Barry Keoghan), uma fraude corroída por intenso ressentimento social, a casa é o verdadeiro objeto de desejo, e o sexo é apenas uma das ferramentas que ele utiliza para obtê-lo.
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