
Os empreendimentos turísticos previstos para a zona da Aldeia do Meco, em Sesimbra, não são bem vistos por quem lá vive. Os moradores não só contestam o volume de novas casas, como acreditam que os projetos põe em risco o crescimento sustentável daquela localidade. Lançaram uma petição pública que identifica quatro projetos turísticos, num total de 600 fogos, entre moradias e prédios de apartamentos com dois e três pisos, e mais de 1.800 camas, que “à data dos Censos 2011, tinha 337 habitantes e 205 habitações”.
“Quem conhece a Aldeia do Meco há vários anos sabe o quanto mudou. Tem sido enorme a pressão de diversas entidades com vista à construção de grandes empreendimentos imobiliários. Até à data têm-se conseguido evitar esses projetos e a aldeia tem crescido de uma forma mais equilibrada e sustentável, com a construção de habitações unifamiliares e, mais recentemente, de pequenos condomínios que não alteram significativamente as características demográficas, paisagísticas, ambientais e socioeconómicas desta zona que – recorde-se – se encontra integrada no Sítio de Interesse Comunitário (SIC) Arrábida/Espichel”, lê-se na petição.
Atualmente, segundo se lê no documento, naquela zona irá nascer o aparthotel “Pinhal do Atlântico”, no total de 23 prédios de três pisos, que perfazem 411 unidades de alojamento com capacidade para 1.168 camas, pelas mãos da Turimeco; o aldeamento turístico “Pinhal da Prata”, mais um projeto da Turimeco com 95 fogos, 53 apartamentos em prédios de dois pisos e 42 moradias, no total de 360 camas, localizado no Pinhal do Rio da Prata; um empreendimento turístico na Rua do Casalinho, com 58 fogos previstos, dos quais 50 inseridos em prédios de apartamentos e 8 moradias, que totalizam 212 camas; e ainda o empreendimento MecoMar, com 36 unidades de alojamento no total de 92 camas.
Para os autores da petição, a “magnitude” dos empreendimentos imobiliários previstos, caso se concretizem, “representará uma aberração ambiental”. “A sua construção terá um impacto brutal na conservação da biodiversidade, ao nível da poluição do ar e do ruído, bem como na impermeabilização dos solos, produção de resíduos urbanos, e sobre os recursos hídricos já de si escassos durante o Verão. Tudo isto sem falar no estrangulamento dos acessos e do estacionamento já difíceis hoje em dia”, salientam no documento.
“A Aldeia do Meco não tem escala para projetos desta envergadura! Construir blocos de apartamentos em pacatas zonas de moradias constiui um desfigurar da identidade natural do território que não tem retrocesso”, defendem.
Para poder comentar deves entrar na tua conta