
À medida que se aproxima o Dia de Todos os Santos (celebra-se a 1 de novembro) lembramos aqueles que já não estão cá e, assim, proliferam as visitas aos cemitérios para deixar flores, velas, para limpar os túmulos, ou refletir sobre a efemeridade da vida. E há cemitérios que no resto do ano, pela sua beleza, são quase paragem obrigatória para os turistas em alguns países, como o cemitério dos Prazeres em Lisboa, o cemitério parisiense Père-Lachaise, ou o Rosaleda comunal em Roma.
E ainda há outros cemitérios que não se destacam pela beleza, entendendo a beleza como algo totalmente subjetivo, claro, mas pela extravagância – e só por isso eles merecem uma visita. É o caso do Shirokorechenskoe, um cemitério muito singular localizado a sudeste de Yekaterinburg, na Rússia. Por razões mais do que óbvias, não é muito aconselhável passar pelo país neste momento, por isso vamos propor uma viagem virtual por este cemitério.

Neste pedaço de terra estão enterrados artistas, cientistas e heróis da Segunda Guerra Mundial, até agora nada de invulgar ou extravagante, mas se entrarmos num campo rodeado de pinheiros o panorama muda, não só pelo tipo de escultura funerária mas por quem são os mortos ali enterrados. Enormes esculturas em tamanho natural de homens em fatos caros, casacos de couro, correntes de ouro e tatuagens, muitas tatuagens, abundam nesta parte do cemitério. Homens duros e de aparência rude, e que tinham carros caros, em algumas lápides o veículo é reproduzido até em tamanho real.

Um cemitério de "bandidos"
Na década de 1990 houve muitas mortes devido a confrontos entre fações criminosas nesta cidade (um dos grupos criminosos tinha ali a sua sede, como se fosse uma empresa qualquer) e os que morreram estão enterrados aqui. Ou seja, é um cemitério de mafiosos e gangsters que continuam a mostrar o seu poder, desta vez materializado em granito, exibindo joias e também belas mulheres. Os amantes do filme “O Padrinho” podem até reconhecer algumas imagens que lembram o filme.
A título de curiosidade, não são apenas os nomes dos mortos e a data em que nasceram e morreram qu ali se pode encontrar – mas até as suas “competências”. Por exemplo, uma lápide destaca que o falecido ali enterrado era um especialista em atirar facas e que outro tinha habilidades mortais lutando com o punho. Olhando para isso, talvez sejam habilidades profissionais... mas do setor do crime.

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