
Embora possam parecer conceitos totalmente opostos, a arquitetura pode ser uma grande aliada na preservação de áreas naturais protegidas. A capacidade de projetar e construir edifícios que se integrem harmoniosamente com o meio ambiente, minimizando seu impacto ambiental, é essencial na luta pela conservação da beleza e biodiversidade desses locais. Nesse sentido, existem grandes exemplos de arquitetura respeitosa aos espaços naturais que se tornaram referências de inovação e sustentabilidade, possibilitando que as pessoas usufruam desses ambientes sem danificá-los e, por sua vez, contribuir para a preservação do nosso inestimável património natural.
Para conhecer um deles, viajamos até São Paulo, no Brasil. Situada ao longo da costa da Serra do Guararu, Azul é uma obra-prima criada pelo Studio MK27 que incorpora a fusão perfeita entre a arquitetura moderna e a conservação da paisagem natural. É a casa de sonho desta semana.
Nela, encontramos um testemunho inequívoco de como os edifícios podem ser cuidadosamente integrados em ambientes naturais protegidos sem causar danos.

Esta bela casa de praia distingue-se por ter um perímetro de proteção de dois metros em torno dela. Esta pegada projetada representa um esforço louvável para preservar a floresta local da construção. A construção e o projeto da casa tiveram que obedecer a rígidos parâmetros estabelecidos por organizações ambientais, criados com o objetivo de preservar a beleza e a integridade do terreno. O estúdio cumpriu diligentemente esses parâmetros e, como resultado, criou uma habitação requintada que combina perfeitamente com o seu entorno sem causar danos.

Uma forma orgânica inspirada em Roberto Burle-Marx
A forma orgânica da casa foi inspirada nas obras do paisagista Roberto Burle-Marx, destacado paisagista brasileiro, cujo principal legado é a promoção do uso de plantas nativas, contribuindo para a conservação da biodiversidade. Uma linha que o Studio MK27 seguiu e que pode ser vista neste trabalho.
Outro elemento que se destaca é que, à primeira vista, parece que a casa está a flutuar na paisagem. A elevação da casa sobre palafitas, que é uma das estratégias para evitar impactos excessivos, é a causa dessa perceção. Apoiada por palafitas e apresentando um grande terraço de madeira em sua parte inferior que parece uma extensão natural da floresta, a casa é realmente atraente.

Dessa forma, o corpo da casa, que é composto por dois volumes maciços, parece emergir num ambiente de ausência de gravidade, de forma surreal no meio da copa das árvores. Os volumes escalonados não só oferecem sombra, mas também acesso às vistas circundantes. O volume mais baixo apresenta paredes de vidro deslizantes que criam uma conexão agradável entre o interior e o exterior quando aberto.

O nível superior flutua em harmonia entre as copas das árvores, servindo como um retiro tranquilo, com salas que apresentam painéis de madeira que filtram subtilmente a luz. O espaço também inclui uma piscina deslumbrante parcialmente exposta ao sol, mantendo uma relação pacífica com a paisagem circundante.


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