A crise imobiliária gerada pela falta de oferta de casas para uma alta procura afeta vários países da Europa. E um deles é mesmo a Grécia, onde os preços das casas estão a aumentar, depois da queda registada na crise de 2008. Para contrariar esta tendência, o Governo grego vai colocar “centenas de milhares” de apartamentos antigos ou fechados no mercado residencial do país.
A Grécia é hoje um dos países europeus mais afetados pela subida dos preços das casas. Este fator, somado aos baixos salários e às elevadas taxas de juro nos créditos habitação, faz com que as famílias gregas sejam das que mais gastam em habitação no espaço europeu, segundo aponta o Eurostat citado pela Euronews.
E não tem sido fácil para a Grécia investir em habitação para enfrentar a crise imobiliária, já que é o Estados-membro da União Europeia que tem o peso mais elevado da dívida pública face ao PIB (166,5%), segundo apontam os dados do Eurostat referentes ao segundo trimestre de 2023. Mas, ainda assim, o Governo grego está empenhado em colocar mais casas no mercado para ajudar a reduzir os preços da habitação no país.
Quem o diz é Sofia Zacharaki, ministra da Coesão Social e Família no país: "O nosso objetivo é disponibilizar o maior número possível de apartamentos antigos ou fechados. São centenas de milhares, especialmente em Atenas. Portanto, iniciaremos programas de subsídios para projetos de renovação energética e estética. Esse programa começará nos próximos meses. Além disso, continuaremos diferentes programas de habitação social", cita a mesma publicação.
A ideia é, portanto, aumentar a oferta de casas na Grécia de forma a atenuar o seu efeito na subida dos preços. Mas o que também é notório é que o elevado custo de vida e os empréstimos mais caros também estão a arrefecer a procura de habitação, o que levará a uma correção dos preços no próximo ano, tal como antecipam vários especialistas.
Este movimento já está a ser sentido na Europa: os preços das casas para comprar caíram 1,7% na Zona Euro e 1,1% na União Europeia no segundo trimestre de 2023 face ao período homólogo, segundo os dados mais recentes do gabinete de estatística europeu, que não tem dados disponíveis para a Grécia.
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