
Todas as quintas-feiras abrimos as portas de uma casa de sonho. E desta vez para conhecer o incrível apartamento T, ou T(ea) Apartment, localizado no bairro de Alvalade, em Lisboa. Este projeto mistura o “modo de habitar centro europeu, materiais portugueses, tons escandinavos e organização simbólica japonesa” num só espaço. O projeto de remodelação tem assinatura de Margarida Fonseca e Mário Serrano, arquitetos e fundadores do atelier DUOMA.
A remodelação deste apartamento dos anos 70 trata-se, simultaneamente, de um projeto pessoal dos arquitetos, uma vez que esta é também a casa onde vivem. Interessava-lhes trazer de Zurique – onde viveram cinco anos – a ideia de uma “planta o mais aberta possível no espaço social, que transmitisse uma forma de habitar livre de preconceitos espaciais ou formais”, isto é, uma “certa flexibilidade na ocupação dos espaços da casa, sem que lhes seja atribuída uma função específica”.

Inspiração na organização simbólica japonesa
Sobre este princípio espacial, surgiu um outro que tinha que ver com a organização simbólica japonesa, que acabou por dar o nome ao projeto e ser o mote deste.
"Ao demolirmos todas as paredes, que definem o espaço social atual, expôs-se um pilar e uma viga estruturais, em forma de T. De modo a que este elemento não parecesse fruto do acaso, era preciso atribuir-lhe sentido e uma razão de ser, como se quiséssemos que ele estivesse naquele sítio específico deste sempre”, referem os arquitetos do atelier DUOMA.

Mas foi numa viagem ao Japão que o casal de arquitetos encontrou a sua maior inspiração, nomeadamente na cerimónia tradicional do chá, onde num mesmo espaço, cada 1/4 do pavimento (ou tatami) desempenha uma função específica: entrada; convidado; convidado especial e anfitrião.
“Estes quatro espaços gravitam em torno de um fogão central (onde se mantém o chá quente). Nesta renovação, cada 1/4 do pavimento desempenha uma função específica: entrada; hall de circulação; sala de estar e sala de jantar. Os quatro espaços gravitam em torno de um pilar central. O pavimento de madeira muda de direção, de modo a marcar essa "gravitação" em torno do pilar”, explicam ainda.
O pilar, que é protagonista no meio da sala, foi totalmente picado e deixado em betão aparente, rugoso e bruto, de modo a “contrastar com a delicadeza das madeiras e das paredes lisas de cor uniforme”. Aplica-se, uma vez mais, tal como explica o casal de arquitetos, um princípio japonês denominado de wabi-sabi, que consiste em encontrar a beleza na imperfeição das coisas.
Ãlém disso, os arquitetos procuraram aplicar, sempre que possível, materiais de acabamento portugueses. "O tom das paredes procurou-se encontrar algo que se aproximasse dos tons escandinavos, sendo o tom entre o bege/acastanhado claro, que dá uma homogeneidade nos tons terra da casa. Os linhos e têxteis são igualmente portugueses", sublinham.







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