O aumento das taxas de juros e o escrutínio regulatório estão a causar angústia para construtores e credores em economias asiáticas, da Coreia do Sul ao Vietname, evidenciando a amplitude dos problemas imobiliários, que se estendem para lá da China.
Embora o aperto monetário agressivo e a pandemia tenham tido um impacto mais pronunciado em imóveis comerciais nos EUA e na Europa, é o imobiliário residencial que está sob maior pressão na Ásia, segundo a Bloomberg. Um dos países mais atingidos, a Coreia, viu a queda mais acentuada do preço das casas em 25 anos.
A publicação aponta os riscos que o mercado imobiliário enfrenta em diversas economias asiáticas, e que têm o potencial de “ferver” em 2024.
Coreia do Sul
- O mercado imobiliário da Coreia do Sul está a acusar a maior pressão depois da China, registando a maior queda de preços no último quarto de século, após anos de crescimento. A fraqueza é resultado direto de movimentos do Banco da Coreia - o primeiro grande banco central asiático a iniciar o atual ciclo de aperto monetário em 2021.
- As dívidas de famílias e empresas estão a acumular-se e o Banco da Coreia já veio dizer que os riscos relacionados à dívida de financiamento de projetos - um tipo de título usado para financiar a construção que desencadeou a crise de 2022 - provavelmente aumentarão no próximo ano.
Indonésia
- Os aumentos de juros mais agressivos do banco central local desde 2005 colocaram construtoras altamente endividadas sob pressão, prejudicando simultaneamente o poder de compra das famílias.
Vietname
- A ambiciosa campanha anticorrupção do governo abalou o setor imobiliário do Vietname, já atormentado pelo excesso de oferta, impedindo a emissão de títulos corporativos que desencadeou uma crise de liquidez e pagamentos perdidos. Mas as intervenções regulatórias e os múltiplos cortes nas taxas de juros desaceleraram a espiral descendente.
Hong Kong
- Os títulos emitidos por várias promotoras da cidade sofreram a sua pior liquidação em anos em agosto, face às preocupações com o aumento dos custos de financiamento e o impacto dos problemas imobiliários da China. A liderar as quedas esteve a New World Development Co., uma das promotoras mais endividadas de Hong Kong.
- Por trás do nervosismo dos investidores está uma crise imobiliária local que viu os preços das casas na cidade caírem para o nível mais baixo em quase sete anos. As receitas de edifícios de escritórios e espaços de retalho também enfraqueceram após três anos de restrições rigorosas da Covid e do aperto monetário histórico da Reserva Federal (Fed).
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