
Se há um hotel que ficou popular no Instagram, é o Belvedere, que parece algo saído de um filme de Wes Anderson. Localizado no sopé do glaciar Ródano, na Suíça, numa curva apertada na estrada Furka Pass que liga os cantões de Uri e Valais, este alojamento abandonado tornou-se uma atração turística, embora tenha sido fechado devido às mudanças climáticas. Esta é a história do hotel com encanto desta quarta-feira.

Em 1882, Josef Seiler, membro de uma família ligada ao ramo hoteleiro, construiu-o em numa curva imponente e muito acentuada da estrada Furka Pass. O objetivo era conseguir as melhores vistas panorâmicas dos Alpes Valais e Berneses e do glaciar de Ródano. Com o tempo, este peculiar hotel foi remodelado várias vezes. Durante a Belle Époque, no final do século XIX, o Hotel Belvedere podia acomodar até 90 pessoas.

Na década de 1960, alcançou fama mundial graças à sua aparição no filme de James Bond estrelado por Sean Connery 'Goldfinger'. No filme, acontece uma perseguição de carro que passa na estrada, com o Hotel Belvedere ao fundo, o que tornou a acomodação num ícone do cinema.

Mas os dias do Belvedere Hotel estavam contados. Se na década de 1920 os meios de transporte, como o autocarro e a ferrovia, atraíam cada vez mais turistas para o glaciar, a expansão do automóvel como veículo particular e a construção de túneis levaram a uma diminuição considerável no fluxo de pessoas em hotéis na passagem de montanha.
Além disso, devido ao aquecimento global e às mudanças climáticas, o glaciar do Ródano recuou tanto que não era mais possível vê-lo do hotel.

Em 1988, a família Carlen de Bruges comprou o Belvedere. Philipp e Rosmarie Carlen foram os últimos a gerir o negócio. Finalmente, em 2015, o hotel Belvedere fechou definitivamente as portas, embora a sua fachada continue a ter um público espalhado por todo o mundo e apareça no Tour de Suisse.

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