
Os meses de verão têm afetado o setor da construção e remodelação em Portugal. Entre junho e agosto, 40% dos pedidos de serviços ficaram sem resposta, o que representa uma subida de 10 pontos percentuais em relação à média anual de 30%. O principal fator que explica esta situação é a falta de mão de obra qualificada.
De acordo com um estudo realizado pela Fixando, as áreas mais críticas do setor, ou seja, onde se registou uma taxa de resposta mais baixa, foi em calafetagem, construção de muros e poços, desenho técnico, insonorização, instalação de lareiras e chaminés, instalação de sistemas de irrigação, nivelamento de superfícies em betão e soldadura.
O estudo da plataforma online de contratação de serviços consistiu num inquérito realizado a 1.267 especialistas registados no site, entre os dias 12 e 16 de agosto, e concluiu que as principais causas da pouca oferta de serviços durante o verão deve-se a:
- falta de mão de obra qualificada (72%);
- deslocação de trabalhadores para outros países durante este período (45%);
- encerramento das empresas durante as férias (39%);
- encerramento de fornecedores no período de verão (20%) - sendo que 29% das empresas do setor registadas na Fixando fecharam, pelo menos, duas semanas durante este verão.
Em comunicado, Alice Nunes, diretora de Novos Negócios da Fixando, refere que a plataforma “acompanha de perto a realidade do setor da construção em Portugal e estes números refletem a necessidade de medidas estruturais para atrair e reter mão de obra qualificada”, ao mesmo tempo que “reforçam o papel da nossa plataforma como barómetro do mercado, permitindo identificar tendências e antecipar soluções para clientes e profissionais”.

Obstáculos e soluções ao crescimento das empresas
O inquérito volta a identificar a escassez de mão de obra como o principal obstáculo à expansão dos negócios destes profissionais, representando 63%. Segue-se o custo da mão de obra (16%) e o custo dos materiais (4%).
Quanto a possíveis soluções a estes problemas, os especialistas sugerem apoios à formação de mão de obra qualificada (67%) e apoios governamentais à contratação, de modo a tornar os salários mais competitivos (33%).
Testemunhos de especialistas/clientes registados na plataforma
“O principal desafio será a falta de mão de obra qualificada e a ausência de apoios para a retenção de mão de obra jovem. (…) A oportunidade está em criar condições para empregar, formar e integrar jovens no setor.” – Ricardo Arsénio.
“Este setor vai enfrentar graves problemas devido à escassez de mão de obra. Não é atrativo para os jovens e, mesmo os imigrantes, muitas vezes não têm experiência na área.” – Pedro Ferreira.
“O setor de obras e remodelações em Portugal está em plena transformação. A digitalização e o BIM trazem oportunidades, mas a burocracia e os prazos legais continuam a ser um entrave significativo.” – Jhonatan Jimenez Artunduaga, Engenheiro Civil.
“Além da falta de mão de obra, o setor enfrenta os mesmos problemas da economia nacional: elevada carga fiscal, combustíveis caros e diminuição do poder de compra.” – Ana Constantino.
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