
O prazo médio de pagamento entre empresas portuguesas, no âmbito do B2B (Business to Business), mantém-se estável neste ano de 2025, com uma média de 60 dias. No entanto, há setores que suscitam algumas preocupações, sobretudo o da construção, onde o prazo médio é de 81 dias, sendo 34% superior à média nacional.
De acordo com o European Payment Report deste ano, desenvolvido pela Intrum, a situação do setor da construção é mesmo a mais crítica, uma vez que 31% das empresas demoram entre 101 a 200 dias a receber o pagamento por parte dos seus fornecedores. Em situação relativamente semelhante encontra-se o setor das telecomunicações, com 44% dos pagamentos a registarem um atraso de 51 a 75 dias e 11% superam mesmo os 100 dias.
Apesar destes indicadores quanto à construção e telecomunicações, o estudo revela que 14% das empresas portuguesas pagam aos seus fornecedores entre 21 a 30 dias, estando abaixo da média dos 60 dias, embora 33% pague entre 51 a 75 dias. Com melhores resultados apresenta-se o setor do imobiliário, com 67% das empresas a receberem em menos de 50 dias.
Quanto ao segmento B2C (Business to Consumer), a média de prazos de pagamento é de 34 dias este ano, mantendo-se igual ao de 2024. Também neste segmento destaca-se o setor do imobiliário com uma maior agilidade, chegando mesmo a reduzir os prazos em 19 dias.
O European Payment Report 2025 revela também o agravamento do ‘gap’ de pagamento, que se refere à diferença entre os prazos oferecidos pelas empresas e o tempo real de pagamento. Segundo o relatório, os consumidores demoram mais 12 dias a pagar do que o prazo contratualizado, sendo que em 2024 o prazo era de 9 dias. Nas empresas o ‘gap’ também aumentou, de 15 para 18 dias.
Soluções adotadas pelas empresas
Cerca de 10,6% das receitas das empresas em Portugal são pagas com atraso. Para fazer face a esta situação, há algumas soluções que estão a ser adotadas, como a atualização dos sistemas de cobrança, a capacitação de equipas de contacto com clientes e o investimento em análise de dados.
Mas a medida preventiva mais adotada é mesmo a do pré-pagamento, chegando aos 47%, ainda que com uma ligeira queda em comparação com o ano de 2023 em que chegava aos 51%. O controlo e seguro de crédito mantêm-se nos 30%, as garantias bancárias cresceram de 19% para 29% e a prevenção de fraude aumentou de 19% para 24%.
Começa também a ser mais usual o software de gestão de crédito e registos de pagamento para avaliar a fiabilidade dos clientes, com um quinto das empresas (20%) a adotarem essa prática em 2025, sendo que em 2024 a percentagem situava-se nos 17%. A este respeito destacam-se os setores das telecomunicações (56%) e da hotelaria e lazer (50%).
O estudo conclui ainda que 78% das empresas estão a melhorar as interfaces de pagamento para facilitar o processo ao cliente, 77% procuram acomodar uma maior variedade de métodos de pagamento e 80% investem na análise de dados para prever atrasos.
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