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Portugal sobe dois níveis no rating da Fitch e “sai do lixo”
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A agência de notação financeira Fitch subiu o rating de Portugal em dois níveis – a maior subida de que há registo –, passando o país de BB+ para BBB. Significa isto que a dívida deixa de ser considerada ativo especulativo ou “lixo” e que Portugal estará no radar de maiores fundos de investimento.

“Esperamos que a dívida desça mais de três pontos percentuais este ano, para menos de 127% do Produto Interno Bruto (PIB) no final de 2017”, disse a agência em comunicado, sublinhando o facto de esta ser “a primeira descida do rácio” desde que começou a crise financeira global.

"A avaliação da Fitch é de que a trajetória da dívida está firmemente descendente e que a descida no rácio da dívida pública/PIB deverá prosseguir no médio prazo. Esta dinâmica favorável é motivada por uma conjugação das prévias medidas orçamentais estruturais, da recente recuperação cíclica e da substancial melhoria nas condições de financiamento", sublinhou a agência.

Ainda assim a agência de rating não deixou de frisar o facto de Portugal continuar “pesadamente endividado”, e que o rácio de 127% “compara com uma mediana de 41%” no grupo dos países BBB, além de ser “o terceiro rácio mais elevado da Zona Euro”.

O que significa ser BBB?

Ser BBB significa estar no segundo nível acima de lixo. Quer isto dizer que a subida de rating coloca Portugal na mira dos investidores, visto que a dívida pública do país se tornou “menos arriscada”. Também as Obrigações do Tesouro (OT) de Portugal se tornaram mais seguras e consequentemente mais atrativas, pelo que se espera um efeito positivo nas taxas de juro.

A Fitch aponta ainda para um défice de 1,4% este ano e de 1,2% no próximo. No que diz respeito ao crescimento deverá ser de 2,6% este ano e de 1,9% em 2018.

Saída do lixo não é “fruto de milagres”, diz Costa

Para António Costa, a avaliação da Fitch é o resultado “das boas políticas” que estão a ser seguidas. "Estes resultados não são fruto de milagres, são fruto do trabalho dos portugueses, do investimento dos empresários e da forma como o Estado tem sabido implementar boas políticas", disse o primeiro-ministro, citado pela Lusa.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também já reagiu à avaliação positiva da Fitch. O chefe de Estado defendeu que "a responsabilidade é maior" e que é preciso "continuar a trabalhar", aproveitando o momento para sublinhar, no entanto, que “não é caso para euforias, mas é caso para satisfação”.

"É o reconhecimento pelos mercados internacionais daquilo que é o mérito dos portugueses ao longo destes anos e daquilo que é uma política certeira em termos de controlo, primeiro do défice e depois da dívida pública", concluiu Marcelo Rebelo de Sousa. 

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