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Bolsonaro Presidente do Brasil: quem é e como vai afetar a economia
GTRES

O candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro (pelo Partido Social Liberal/PSL) foi eleito no domingo (28 de outubro de 2018) Presidente da República Federativa do Brasil, obtendo, na segunda volta das presidenciais, 55,1% dos votos, contra 44,9% de Fernando Haddad (Partido dos Trabalhadores/PT, de esquerda). Bolsonaro é o 38º presidente do país e sucede a Michel Temer, tomando posse a 1 de janeiro. 

O facto do voto ser eletrónico permitiu uma rápida contagem dos votos, tendo Jair Bolsonaro arrecadado quase 58 milhões e Haddad cerca de 47 milhões – a nível geográfico, Bolsonaro ganhou em 16 estados (Haddad em 11) e em 26 capitais (Haddad em seis). Ao todo foram chamados às urnas mais de 147,3 milhões de eleitores, com a abstenção a rondar os 21%.

“Somos declarados vencedores desse pleito, seguindo ensinamento de Deus”, disse Jair Bolsonaro, no primeiro discurso depois de ser eleito, num vídeo partilhado na sua página do Facebook. Segundo o novo chefe de Estado brasileiro, existem “condições de governabilidade”. “Vamos juntos mudar o destino do Brasil”, apelou, agradecendo ao povo brasileiro.

Mais tarde, numa declaração à imprensa à porta da sua casa, no Rio de Janeiro, Bolsonaro prometeu que o seu Governo “será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade”. Um compromisso que repetiu no final do discurso: “Somos um grande país. E agora vamos juntos transformar este país numa grande nação, uma nação livre, democrática e próspera”.

Vitória também em Portugal

Jair Bolsonaro venceu as eleições também com os votos da maioria da comunidade emigrante brasileira. No caso de Portugal, o candidato da extrema-direita ganhou com larga maioria em Lisboa e no Porto, faltando ainda contar os resultados do consulado de Faro.

Segundo a Lusa, Marcelo Rebelo de Sousa enviou logo no domingo uma “mensagem de felicitações” a Jair Bolsonaro, na qual se referiu aos “laços de fraternidade” bilaterais e à “significativa comunidade de portugueses e lusodescendentes residentes no Brasil, bem como à cada vez mais importante comunidade brasileira” em Portugal.

Já o primeiro-ministro António Costa cumprimentou, em nome do Governo português, o Presidente eleito do Brasil, salientando a relação bilateral “intemporal” entre os dois países, assente numa “língua comum” e “fortes laços históricos”.

Quem é Jair Bolsonaro?

Defensor da ditadura militar, regime que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985, Jair Messias Bolsonaro – nasceu a 21 de março de 1955 (63 anos) – iniciou a carreira política como uma figura caricata de posições extremas e discursos agressivos em defesa da autoridade do Estado e dos valores da família cristã, escreve a agência de notícias.

Foi chamado de “mito” e “herói” pelos seus apoiantes e de “perigo à democracia” por críticos e adversários, estando na política brasileira há 28 anos: foi eleito deputado (membro da câmara baixa) sete vezes consecutivas, mas nunca ocupou um cargo importante no Parlamento.

Jair Bolsonaro ganhou notoriedade nos últimos anos e transformou-se num líder capaz de mobilizar milhares de eleitores desiludidos com a mais severa recessão económica da história do Brasil, que eclodiu entre os anos de 2015 e 2016, ao mesmo tempo em que as lideranças políticas tradicionais do país têm sido envolvidas em escândalos de corrupção.

O que quer Bolsonaro para a economia do Brasil?

Uma das medidas que Bolsonaro pretende implementar – e que consta no seu programa eleitoral – é a criação de um “superministério” da Economia, escreve o ECO, adiantando que serão fundidas quatro pastas: Fazenda, Planeamento, Indústria e Comércio. 

Além disso, o presidente eleito do Brasil quer dar independência formal ao Banco Central do Brasil, para conduzir a política monetária do país.

Entre os objetivos a que se propõe estão também a transformação do défice primário em excedente, a redução da dívida pública em 20% e a manutenção da inflação nos 4,5%.

Também o fim do “monopólio da Petrobras” e a atribuição de um subsídio mínimo mensal para todas as famílias são metas previstas no programa eleitoral de Bolsonaro, a par da criação de uma “nova carteira de trabalho, verde e amarela, voluntária, para novos trabalhadores”.

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1 Comentários:

Roberto Cunha
31 Outubro 2022, 13:00

Infelizmente o Brasil retornou com o Ladrão ao poder. Puro retrocesso, além de uma eleição altamente questionável. VERGONHA !

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