Num ano, os preços medianos dos alojamentos vendidos em Portugal subiram 7,6%: passaram de 866 euros por metro quadrado (m2) para 932 euros por m2. No caso de Lisboa dispararam 18,1%, para 2.438 euros por m2 (em algumas freguesias o valor é bem maior). A contribuir para esta tendência está também o facto de haver cada vez mais brasileiros a comprar casas na capital, na sequência da instabilidade política e social no país.
De acordo com uma fonte da Câmara Municipal de Lisboa (CML), citada pelo Expresso, este cenário está a funcionar como "pressão adicional" nos preços da habitação na cidade. "Estamos a falar de pessoas com muito dinheiro que o querem tirar do Brasil", disse o mesmo responsável autárquico. "Neste caso, não é um fenómeno que dependa de políticas públicas do Governo ou da CML", acrescentou.
Para Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), o interesse dos brasileiros no mercado imobiliário nacional não é recente. Tem é ganho força nos últimos tempos. O mesmo acontece, de resto, com os investidores turcos.
"Há cerca de três anos que tenho chamado a atenção para o potencial que o investidor brasileiro representa para o imobiliário nacional, que se acentuou não só com a instabilidade política, social e económica que o Brasil atravessa, mas também com a eleição de Trump nos EUA, que fez com que muitos brasileiros que haviam investido na Flórida, como é tradicional, procurassem alternativas seguras, como o imobiliário português", referiu o líder dos mediadores, citado pela publicação.
Segundo o responsável, o ritmo de migração "de luxo" com origem no Brasil pode de facto intensificar-se este ano. Isto apesar de haver cada vez mais nacionalidades interessadas no produto nacional, como por exemplo cidadãos da Índia, Líbano ou Emirados Árabes Unidos.
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