Ricardo Rio, presidente da autarquia, destaca o conjunto de medidas previstas para reforçar a qualidade de vida na cidade e realça a importância do imobiliário.
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“Queremos que Braga se torne cada vez mais numa ‘smart and trendy city’ para viver”
Presidente, Ricardo Rio. Câmara Municipal de Braga

Braga é uma das cidades portuguesas que apresenta melhores indicadores na qualidade de vida e o reconhecimento nacional e internacional não demorou a chegar. Em entrevista ao idealista/news, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, indica que o objetivo é que a cidade continue a assumir-se como uma referência e, para isso, a aposta passa por melhorar a qualidade de vida de todos quantos escolheram a cidade para viver.

Numa altura em que o município reforça as medidas de apoio à economia para incentivar o investimento e, sobretudo, responder aos desafios nas áreas da competitividade e inovação, o autarca destaca a importância do setor do imobiliário, como “um barómetro cujos dados nos ajudam sempre a redefinir e a ajustar políticas estratégias de crescimento sustentado”.

Nas palavras de Ricardo Rio, "a oferta de (habitação) de qualidade associada a um custo de vida baixo, comparativamente a outros grandes centros urbanos no país, torna o concelho de Braga deveras interessante para a fixação da população, o que leva a um maior dinamismo económico e social".

Que fatores explicam que Braga tenha sido eleita por diversos organismos, nacionais e internacionais, como uma das melhores cidades para viver?

Braga é uma cidade com características e um ADN muito próprios, que importa preservar e potenciar. Isso faz parte da nossa marca distintiva enquanto cidade antiga, de espírito jovem e cada vez mais aberta ao mundo.

Braga é, em suma, uma cidade acolhedora para quem aqui vive, trabalha, estuda, investe ou simplesmente nos visita num dado momento.

Para que possamos marcar constantemente presença nos rankings de eleição nacionais e internacionais, em várias áreas, assumimos o foco de potenciar o desenvolvimento económico e social desta cidade, com a finalidade de fomentar a criação de emprego, incentivar o investimento sustentável, disseminar a cultura empreendedora, cosmopolita e contemporânea, e assim atrair e reter visitantes.

Que ações estão a desenvolver para atingir esses objetivos?

Temos vindo a desenvolver várias ações que nos posicionam como uma cidade diferenciada no país. Queremos contribuir ativamente para que Braga se torne cada vez mais numa 'smart and trendy city', melhorando a qualidade de vida de todos quantos escolheram a cidade para viver, através de uma estratégia que, direcionada para o desenvolvimento económico, assenta nas potencialidades já existentes, preparando-a para se assumir como uma referência.

A nossa qualidade de vida assenta nessas várias dimensões: a dinâmica económica e a facilidade de acesso a oportunidades profissionais; a disponibilidade de serviços de elevada qualidade ao nível das áreas essenciais da nossa vida em comunidade (Saúde, Educação, Serviços Públicos); a afirmação de uma cidade segura com uma energia contagiante; as estratégias sociais, culturais, desportivas, patrimoniais, ambientais, materializadas num vasto rol de projetos que aportam benefícios para todos os cidadãos.

Braga é, em suma, uma cidade acolhedora para quem aqui vive, trabalha, estuda, investe ou simplesmente nos visita num dado momento.

O custo de habitação inferior à média nacional, a par dos variadíssimos projetos de reabilitação urbana desenvolvidos pelo município e do incentivo à iniciativa privada, demonstram que Braga é um concelho muitíssimo competitivo no setor do imobiliário e isso contribui decisivamente para a fixação da população e para a revitalização económica deste território.

De que forma é que o imobiliário tem contribuído para a fixação da população e para a revitalização económica da cidade?

O setor do imobiliário é obviamente um barómetro, cujos dados que daí advêm nos ajudam sempre a redefinir e a ajustar políticas estratégias de crescimento sustentado.

A oferta de qualidade associada a um custo de vida baixo, comparativamente a outros grandes centros urbanos no país, torna o concelho de Braga deveras interessante para a fixação da população, o que leva a um maior dinamismo económico e social.

Recordo que o mais recente relatório publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) refere que Braga é a única cidade do país, com mais de 100 mil habitantes, com um custo de habitação inferior à média nacional.

Estes dados, a par dos variadíssimos projetos de reabilitação urbana desenvolvidos pelo município e do incentivo à iniciativa privada, demonstram que Braga é um concelho muitíssimo competitivo no setor do imobiliário e isso contribui decisivamente para a fixação da população e para a revitalização económica deste território.

Assumimos a reabilitação urbana como um dos fundamentos estratégicos de desenvolvimento. Para isso aprovamos novas Áreas de Reabilitação Urbana (ARU), no sentido de estender a dinâmica de revitalização económica e de reabilitação urbana para lá dos limites do centro histórico da cidade – que temos também vindo a reforçar como um espaço privilegiado em termos da qualidade de vida, da centralidade das atividades e da inovação –, favorecendo o surgimento e a afirmação de novas centralidades com elevado potencial de atração e de transformação.

Braga é uma cidade de enorme riqueza patrimonial, que alia a tradição à inovação, a memória à juventude. São na realidade muitos os fatores que têm contribuído para o crescimento turístico na cidade. Conseguimos projetar a imagem da cidade além-fronteiras, numa estratégia concertada, que reforçou a visibilidade de Braga e a posicionou como um destino de eleição.

 

De que forma os privados têm sido incentivados a participar na reabilitação urbana?

Um dos aspetos fundamentais de todo este processo, que importa mencionar, pretende-se com a articulação com os agentes privados, esse é um dos fatores de sucesso da regeneração urbana da cidade.

Ao município cabe, cada vez mais, este papel de parceiro ativo e dinamizador das iniciativas privadas ao nível da regeneração urbana. Deste modo, consideramos que os investimentos alvo de candidatura através do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) e os investimentos previstos ao nível das instituições e dos privados constituem uma forte alavanca para o processo de regeneração urbana.

A criação do Conselho Estratégico para a Regeneração Urbana é o espelho da política pública que estamos a implementar: participada, inclusiva e abrangente, dando aos agentes e às instituições uma voz ativa e um papel central na construção de Braga.

Que aspetos explicam o crescimento do turismo nos últimos anos?

Braga é uma cidade de enorme riqueza patrimonial, que alia a tradição à inovação, a memória à juventude. São na realidade muitos os fatores que têm contribuído para o crescimento turístico na cidade, aliados ao inquestionável trabalho de afirmação internacional da marca Braga que temos vindo a desenvolver. Nesse sentido, conseguimos projetar a imagem da cidade além-fronteiras, numa estratégia concertada, que reforçou a visibilidade de Braga e a posicionou como um destino de eleição.

Nestes momentos de enormes dificuldades, fomos capazes de demostrar a nossa importância, tendo desenvolvido um trabalho essencial em várias frentes de atividade. Para o futuro, mais do que os investimentos, é preciso apostar em diferentes formas de criação de novas políticas urbanas que respondam aos desafios atuais de forma a estimular a competitividade e a inovação, criando melhores condições para o desenvolvimento territorial.

A distinção como Melhor destino europeu em 2021 atribuído pelo ‘European Best Destination’, por exemplo, ou a elevação do Bom Jesus a património mundial da UNESCO, a terceira posição nacional nas dimensões Negócios e Viver, no City Brand Ranking, pela Bloom Consulting, assim como a distinção da revista FDi Intelligence do Financial Times, que considerou que Braga é a sétima cidade do futuro na categoria da estratégia de captação de investimento externo, mostram que estamos no caminho certo e fazem com que Braga seja um destino cada vez mais procurado por viajantes de todo o mundo.

Mais do que as vertentes tradicionais do Turismo Religioso ou Patrimonial, os últimos anos marcaram a ascensão de um vasto conjunto de dinâmicas capazes de atrair de forma continuada, diferentes tipos de públicos.

Braga é hoje uma cidade de negócios, de feiras, de exposições, de cultura e de grandes eventos desportivos. Estas dinâmicas assentaram em políticas imateriais e em investimentos em equipamentos diferenciadores, como o Altice Forum Braga, que é hoje a segunda maior e melhor infraestrutura de acolhimento de eventos em todo o país.

Que medidas, sobretudo de carácter económico, tem preparado a autarquia para o regresso à normalidade, depois da pandemia?

A recuperação económica pós-pandemia é uma das maiores preocupações de todos os decisores políticos. Este último ano e meio trouxe grandes responsabilidades ao poder local, quer ao nível da prevenção, cuidados de saúde, testagem e vacinação, quer no que se refere aos apoios sociais aos cidadãos e instituições, com iniciativas de apoio à resiliência e recuperação do tecido empresarial.

Nestes momentos de enormes dificuldades, fomos capazes de demostrar a nossa importância, tendo desenvolvido um trabalho essencial em várias frentes de atividade. Para o futuro, mais do que os investimentos, é preciso apostar em diferentes formas de criação de novas políticas urbanas que respondam aos desafios atuais de forma a estimular a competitividade e a inovação, criando melhores condições para o desenvolvimento territorial.

Antes da pandemia, Braga estava no radar do investimento à escala global e tenho a certeza que irá continuar nesse mesmo registo no futuro.

O município de Braga, juntamente com a InvestBraga, Agência para a Dinamização Económica do Concelho, que tem como missão promover o desenvolvimento económico da região, estão comprometidos mais do que nunca, com o apoio ao desenvolvimento económico do concelho.

Em que tipos de apoios está a trabalhar a autarquia?

Do lado do município esse apoio materializa-se de várias formas: através do apoio ao investimento, que confere benefícios fiscais de vária ordem; através da Via Verde Investimento, que procura agilizar processos em termos de licenciamento nos serviços municipais; através de apoios e divulgação aos processos de recrutamento por parte de entidades privadas a operar em Braga; entre outros.

A capacitação da rede de infraestruturas de suporte aos grandes centros empresariais e parques industriais do concelho é também uma das nossas prioridades e por isso temos investido vários milhões de euros na qualificação das acessibilidades aos parques industriais e procurado qualificar os mesmos, através de uma gestão de condomínio partilhada com os agentes económicos aí instalados.

Somos uma cidade com fortes argumentos competitivos, com uma estratégia clara e concertada entre todos os stakeholders locais e que está pronta a dar toda a colaboração aos potenciais investidores de todos os setores de atividade.

No âmbito do Plano Estratégico para o Desenvolvimento Económico de Braga 2014-2026, elaboramos a ‘Estratégia +Indústria’ que se enquadra nos planos de investimento e de regeneração de áreas empresariais do município, essas vocacionadas para a indústria, de forma a potenciar a criação de emprego e o aumento de exportações através do incremento da competitividade das empresas.

Este projeto visa potenciar a criação de centenas de postos de trabalho e prevê a regeneração de áreas industriais do concelho, de forma a potenciar a valorização de todo o território e o incremento da competitividade das empresas.

Registe-se ainda o alargamento dos espaços de acolhimento de centros de investigação e inovação de ‘tecnologias limpas’, em ligação com o INL, a Universidade do Minho e diversos parceiros privados, de que é exemplo a Innovation Arena, o MedTech e outros espaços de acolhimento empresarial.

Antes da pandemia, Braga estava no radar do investimento à escala global e tenho a certeza que irá continuar nesse mesmo registo no futuro.

Somos uma cidade com fortes argumentos competitivos, com uma estratégia clara e concertada entre todos os stakeholders locais e que está pronta a dar toda a colaboração aos potenciais investidores de todos os setores de atividade.

Hoje, não se produz apenas em Braga, hoje cria-se e inventa-se também, sendo esta uma cidade em que a inovação está fortemente entranhada em todos os domínios de intervenção.

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