População vai diminuir em 55 países até 2050. Japão é um caso de estudo para desenhar mecanismos de ação para o futuro.
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Economia no Japão
Tóquio Pixabay

O Japão tem enfrentado vários desafios ao longo dos anos: desde o envelhecimento rápido da população até ao baixo crescimento económico, passando pelo risco de sofrer catástrofes naturais. E a verdade é que alguns dos problemas que já afetaram o Japão já estão - ou vão - a impactar outros países do mundo. Este facto faz do Japão um caso de estudo útil não só para observar os efeitos destes desafios no país, como também para desenhar mecanismos de ação para o futuro.

As sociedades devem aprender a conviver com o risco, escreve o The Economist. Porquê? Porque assim os países concentram os seus esforços em ter uma maior capacidade de recuperação de uma situação de crise. Esta é uma visão especialmente importante num momento em que as mudanças climáticas avançam e os riscos naturais aumentam.

O Japão é a prova de que é possível aprender com os erros do passado. Os terramotos são frequentes no país e, por isso, os edifícios e pontes já têm estruturas resistentes aos abalos. E depois do terramoto que sacudiu Kobe em 1995 - que deixou muitas famílias sem água - foi construído um sistema subterrâneo para garantir o abastecimento de água aos residentes por 12 dias.

Viver no Japão
Foto de DLKR en Pexels

No entendimento de muitos japoneses, responder aos desafios dos desastres naturais é um problema de todos e não apenas do Estado, refere o mesmo jornal. Esta visão foi notória durante a pandemia: o uso da máscara pela população foi quase geral. E a adoção desta medida tornou o Japão no país com a menor taxa de mortalidade por Covid-19 e é também o país que tem maior taxa de vacinação dos sete Estados que compõem o G7.

Outro alerta que o Japão deixa está relacionado com a demografia. A maioria das sociedades vai envelhecer e encolher, tal como aconteceu com o Japão. Em 2050, uma em cada seis pessoas no mundo terá mais de 65 anos, contra uma em cada 11 em 2019. As previsões não são animadores: antevê-se que a população diminua em 55 países, incluindo a China, até 2050.

População japonesa a envelhecer
Photo by Jezael Melgoza on Unsplash

Permanecer ativo durante mais tempo é essencial para a economia perante o envelhecimento da população. E é, por isso, que o governo japonês insiste na ideia de que as empresas devem reterem os seus trabalhadores até os 70 anos. Na verdade, 33% das pessoas com idade entre 70 e 74 anos têm um emprego hoje, contra 23% de há uma década. Essa situação traz algumas consequências graves para o país, como é o caso do crescimento lento da economia.

O Japão é um credor importante e é a terceira maior economia à taxa de câmbio atual. Os japoneses vivem mais tempo do que os cidadãos de qualquer outro país. É o lar do maior investidor de tecnologia do mundo, uma empresa pioneira em 5G e uma série de marcas globais, da Uniqlo à Nintendo. A experiência em robôs e sensores vai ajudar as suas empresas a ganhar dinheiro com uma ampla gama de novas tecnologias industriais. Em termos geopolíticos, o Japão desempenha um papel central entre a China, seu maior parceiro comercial, e os Estados Unidos, seu principal parceiro de segurança.

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