
No final de julho, as poupanças das famílias portuguesas nos bancos atingiram um novo recorde de 182,7 mil milhões de euros — um aumento de 7,2% face ao mesmo mês de 2021, o valor mais elevado de sempre. Contudo, no mesmo mês, a inflação homóloga fixou-se em 9,1%, o que quer dizer que o montante total dos depósitos vale, neste momento, menos 16,6 mil milhões de euros, em termos reais.
Desde 2017 que as poupanças depositadas nos bancos têm vindo a crescer todos os meses e atingiram, em julho, um novo recorde aproximando-se dos 183 mil milhões. Contudo, segundo especialistas ouvidos pelo Negócios, os depósitos em recordes refletem uma ilusão monetária por via dos efeitos do crescimento económico e da inflação. “Se as poupanças das famílias aumentam menos do que a riqueza que é criada no país, então significa que os particulares estão a pôr de lado uma parcela menor dos seus rendimentos”, tal como escreve o jornal.
“Quem está a ser mais penalizado pela inflação é o aforrador. Não vê o saldo da conta a diminuir, mas há uma perda real do poder de compra”, explica Filipe Garcia, economista e presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros, citado pela publicação.
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