A risco de pobreza está a diminuir em Portugal, tendo recuado dois pontos percentuais (p.p.) em 2021 face a 2020. Há, ainda assim, mais de 1,6 milhões de pessoas nessa situação, segundo dados divulgados sexta-feira (20 de janeiro de 2023) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Para o Governo, trata-se de uma redução histórica.
“Os resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (EU-SILC), realizado em 2022 sobre rendimentos do ano anterior, indicam que 16,4% dos residentes estavam em risco de pobreza, menos 2,0 p.p. do que em 2020 (18,4%)”, lê-se no boletim do INE.
Segundo o instituto, a taxa de risco de pobreza em 2021 corresponde à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos anuais por adulto equivalente inferiores a 6.608 euros (551 euros por mês). Este limiar, ou linha de pobreza relativa, corresponde a 60% da mediana (11.014 euros) da distribuição dos rendimentos monetários líquidos equivalentes, que recuou 0,7% num ano, para 11.089 euros).
“Em 2021, existiam 1.696 milhares de residentes em risco de pobreza, menos 197 milhares do que no ano anterior (1.893 milhares de pessoas em 2020)”, conclui o INE.
No que diz respeito ao número de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, “pessoas em risco de pobreza ou vivendo em agregados com intensidade laboral per capita muito reduzida ou em situação de privação material e social severa”, de acordo com o INE, registou-se também uma diminuição em termos anuais.
“Em 2022 (rendimentos de 2021), 2.006 milhares de pessoas encontravam-se em risco de pobreza ou exclusão social. Consequentemente, a taxa de pobreza ou exclusão social foi 19,4%, menos 3,0 p.p. que no ano anterior”, indica o INE.
Governo fala em redução histórica
Em comunicado, o Governo enaltece a diminuição da taxa de risco de pobreza, considerando tratar-se “da maior redução de sempre”. “Também a taxa de pobreza e exclusão social (indicador Europa 2030) atingiu o valor mais baixo deste indicador em Portugal, com menos 300 mil pessoas em situação de risco de pobreza ou exclusão social face a 2021. Quando comparado com 2015, são menos 734 mil Pessoas nesta situação”, lê-se na nota.
Citada no documento, a Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, considera que estão em causa “números históricos do ponto de vista da capacidade coletiva de redução da pobreza em Portugal”. “Refletem o facto de conseguirmos ter retomado a trajetória positiva de melhoria dos rendimentos, condições de vida e acima de tudo do combate à pobreza, depois do ano difícil que tivemos durante a pandemia”, salienta.
Portugal é o quinto país da UE em maior risco de pobreza energética
Portugal é o quinto país da União Europeia (UE) em maior risco de pobreza energética, acentuada pela crise, anunciou sexta-feira (dia 11 de novembro de 2022) a Comissão Europeia, apontando que as medidas do Governo para apoiar famílias pesam 2,1% no PIB este ano.
Uma em cada cinco crianças está em risco de pobreza ou exclusão social
Em 2021, em plena pandemia da Covid-19, havia em Portugal 22,9% de crianças com menos de 18 anos em risco de pobreza ou exclusão social, um número inferior ao verificado na média dos países da União Europeia (UE): 24,4%. No caso dos adultos, pessoas com 18 anos ou mais, a percentagem é ligeiramente inferior em Portugal (22,4%), sendo, no entanto, superior à da média da UE (21,1%). Em causa estão dados divulgados esta quinta-feira (27 de outubro de 2022) pelo Eurostat.
Recibos verdes: um terço dos portugueses estão em risco de pobreza
Em 2021, quase um terço (32,4%) dos trabalhadores independentes portugueses com 18 anos ou mais estavam em risco de pobreza e exclusão social, segundo dado divulgados esta quinta-feira (22 de setembro de 2022) pelo Eurostat. Portugal é, de resto, o país com a segunda taxa mais elevada, sendo apenas destronado pela Roménia (70,8%). A completar o pódio encontra-se a Estónia (32,2%).
Risco de pobreza ou exclusão social aumenta na UE e… em Portugal
Em 2021, estavam em risco de pobreza ou exclusão social na União Europeia (UE) 95,4 milhões de pessoas, o equivalente a 21,7% da população. Portugal encontra-se na oitava posição do ranking, tendo subido na lista devido à pandemia – ocupava anteriormente o 13º lugar. Em causa estão dados divulgados recentemente pelo Eurostat.
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