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"Depositantes do BES podem estar tranquilos", garante o Banco de Portugal
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O caos instalou-se em torno de tudo o que toca o Espírto Santo e a desconfiança à volta do BES, dentro e fora de Portugal, é cada vez mais aguda. Mas o Banco de Portugal garante que os depositantes não estão em risco: "Não existem motivos que comprometam a segurança dos fundos confiados ao BES, pelo que os seus depositantes podem estar tranquilos", assegura o regulador do sistema financeiro, em comunicado, acabado de enviar às redções.

As ações do BES estão a afundar, mas essa desvalorização, por si só, não põe em causa a sua solidez. Os depósitos dos clientes estão a salvo. Mesmo que eventuais necessidades de capital ditem o recurso ao Estado, tal como escreve o Jornal de Negócios.

Ontem, foi um dia negro para o Grupo Espírito Santo (GES). Depois de semanas de turbulência, o dossier BES/GES/PT ganhou expressão internacional, afetando as praças interncionais, desde a Europa até Wall Street. A eventual necessidade de o BES ter de pedir ajuda estatal levou a uma desvalorização dos títulos em bolsa, afetando também os juros da dívida pública nacional a 10 anos, que voltaram a subir para máximos de 2013.

Mercados internacionais afetados pelo efeito do Espírito Santo

A ecatombe levou a que Espírito Santo Financial Group (que detém 25,1% do BES) pedisse a suspensão da cotação e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a suspender a negociação das ações do BES na bolsa de Lisboa, à espera de informação relevante do banco. Hoje, também o Reino Unido suspendeu a cotação.

Hoje, o Banco de Portugal, para tentar acalmar os mercados, veio dizer que "tendo em conta a informação reportada pelo BES e pelo seu auditor externo (KPMG), o BES detém um montante de capital suficiente para acomodar eventuais impactos negativos decorrentes da exposição assumida perante o ramo não financeiro do GES sem pôr em causa o cumprimento dos rácios mínimos em vigor".

O BES diz que tem uma almofada de capital de 2.100 milhões de euros. Um valor que supera a soma da exposição direta que o banco tem às empresas do Grupo Espírito Santo (1.183 milhões de euros) e à exposição dos seus clientes de retalho (853 milhões de euros). A exposição dos clientes institucionais supera os 2 mil milhões de euros, mas sobre este montante o banco não tem responsabilidade.

Os investidores começaram a mostrar preocupações no dia em que Ricardo Salgado anunciou que ia abandonar a presidência do BES. Depois disso, começaram a chover notícias sobre problemas no GES, que culminaram na divulgação de que a Espirito Santo International, com sede no Luxemburgo, vai pedir a proteção de credores.

Esta holding é a maior acionista da ESFG, que possui 25,1% do banco. E, ainda que os depositantes do BES não corram riscos, assim que surgiram em público clientes do suíço Banque Privée (uma gestora de fortunas detida pela ESFG) a afirmar que tinham perdido as suas aplicações levantaram-se mais dúvidas.

FMI preocupado com sistema financeiro português, mas CE não

Ontem, o FMI, sem querer falar do caso concreto do BES, alertou, no entanto, para a permanência de vulnerabilidade no sistema financeiro de Portugal, considerando que são necessárias medidas corretivas e mesmo supervisão intrusiva em alguns casos. "Continuam a existir bolsas de vulnerabilidade [no sistema financeiro português]", declarou a instituição internacional.

Já a Comissão Europeia veio hoje declarar que o sistema financeiro português tem atualmente capacidade para gerir de “forma atempada e eficiaz” problemas como a crise que afeta o Grupo Espírito Santo (GES)", segundo disse à Lusa o porta-voz dos Assuntos Económicos.

"Depositantes do BES podem estar tranquilos", garante o Banco de Portugal

(Clica aqui para veres em detalhe esta infografia. Fonte: Jornal de Negócios) 

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