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O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) decidiu arquivar o inquérito-crime sobre a dívida pública da Madeira acumulada entre 2003 e 2010. A investigação, que durava há três anos, não encontrou indícios suficientes para acusar qualquer dos cinco arguidos que chegaram a ser constituídos pelo Ministério Público e que incluíam um membro e um ex-membro do governo regional presidido por Alberto João Jardim.

No verão de 2011, meses depois da assinatura do memorando de entendimento entre a troika e o governo português, o Banco de Portugal e o INE deram conta de que havia encargos financeiros da Região Autónoma da Madeira que não tinham sido reportados àquelas duas entidades, como era obrigatório, noticia o Expresso.

Tratava-se de um buraco de mais de 1.100 milhões de euros, acumulado sobretudo ao longo dos últimos três anos e que era desconhecido pelo governo central. A maior parte da dívida oculta dizia respeito a 2010. Foi isso que levou à abertura de um inquérito-crime no DCIAP, em setembro de 2011.

De acordo com uma nota divulgada esta quarta-feira à tarde pela Procuradoria-Geral da República, apesar de o Ministério Público ter considerado que os factos objeto de investigação "poderiam ser suscetíveis de integrar, para os arguidos que eram titulares de cargos políticos, os crimes de prevaricação e de violação das regras de execução orçamental", não se verificaram "os requisitos que são exigidos para integrar" esses crimes.

Quanto a um crime de falsificação de documentos, e ainda segundo a nota, "ainda que se tenham considerado verificados os requisitos objetivos do crime, entendeu-se não se mostrar provado o dolo específico. Ou seja, não se provou que os arguidos tivessem agido com o propósito de causarem prejuízo a quem quer que fosse".

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