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Portugueses poderão poupar até 173 milhões nas faturas da luz em 2018
António Mexia, presidente da EDP Página de Twitter do Jornal Económico

No próximo ano as faturas dos consumidores ganham, e a EDP perde. Estima-se que os portugueses poderão poupar até 173 milhões de euros nas contas da luz. Isto porque o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, quer anular um despacho do anterior governo, que permitiu aos produtores de eletricidade nacionais recuperarem nas tarifas da luz os custos com a tarifa social e a contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE).

Em causa está agora a legitimidade desses ganhos. Segundo apurou o Público, estamos a falar de um valor global que ronda os 100 milhões de euros e que, de acordo com o atual executivo, foi cobrado ilegalmente aos consumidores entre 2015 e 2016 em benefício da EDP ( que é líder em território nacional). No Despacho publicado em Diário da República esta quarta-feira, o secretário de estado adianta que “a determinação por ato administrativo da repercussão nas tarifas da eletricidade dos custos suportados pelos produtores com a tarifa social e com a CESE, constitui a criação de uma nova contribuição pecuniária para os consumidores”, revogando assim o despacho do seu antecessor, Artur Trindade.

A EDP terá sido a principal beneficiária dessa medida, já que é também a principal pagadora da tarifa social e da CESE e, por isso, uma das empresas visadas - ainda que existam outras, como a Endesa. A nulidade do despacho implica, assim, que as elétricas regularizem os montantes indevidamente cobrados nas tarifas pagas pelos consumidores, desconhecendo-se ainda o impacto que esta terá no preços da energia elétrica definidos para 2018.

As empresas beneficiadas já foram notificadas e têm agora o prazo de dez dias para se manifestar. “Sem prejuízo de nos pronunciarmos nos termos previstos no Despacho, a EDP sempre cumpriu a lei”, disse ao Expresso, uma fonte ofical da empresa liderada por António Mexia.

À decisão de revogação do despacho do anterior executivo, juntou-se outra. A Direção-Geral de Energia e Geologia, também solicitou à EDP a devolução de 72,9 milhões de euros ao Estado por sobrecompensação (margens em excesso) das centrais elétricas. Deste modo, e para que o desconto de 173 milhões de euros surta influência nas faturas do consumidores, será necessário que a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) siga as recomendações do Governo e volte a fazer as contas à tarifa do uso geral do sistema (USG) aplicada aos preços da eletricidade.

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