O dinamismo que o setor imobiliário vive no país, e sobretudo em Lisboa, está a ajudar a engordar as contas das autarquias. No ano passado, a receita total do IMT atingiu os 853,4 milhões de euros, um acréscimo de 30,2%, tendo havido 12 municípios onde este imposto - que incide sobre as vendas das casas - subiu acima dos 50%. Em Oeiras disparou 110% e em Cascais superou os 50%, em 2017. Mas foi a câmara da capital que mais arrecadou: 224,5 milhões de euros só no ano passado.
Em cinco anos, a receita de impostos sobre as transmissões de imóveis arrecadada em Lisboa subiu 256,6%, para os 224,5 milhões de euros. Ou seja, desde 2012 - em plena crise - a capital viu triplicar a cobrança deste imposto, segundo os números do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses referente a 2017, citado pelo Jornal de Negócios.
O diário ressalva que em 2012 os números estavam muito influenciados pela crise financeira que o país atravessava, mas escreve que "mesmo recuando no tempo, verifica-se que 2017 foi um ano recorde em toda a linha – comparando com 2008, ano também de grande dinamismo e subidas de preços no imobiliário, verifica-se um aumento acima dos 100%".
O Anuário financeiro dos Municípios, que analisa ao pormenor as contas das autarquias, revela, por outro lado, que o IMT arrecadado em Lisboa ultrapassou em receita o IMI, uma tendência que já se verifica desde 2014. "Porque se vendem cada vez mais imóveis e porque, depois da avaliação geral de imóveis de 2013, que fez disparar a receita do IMI, este imposto tem-se mantido com crescimentos modestos, em linha com a quebra na construção nova".
Além de Lisboa, também Cascais, Oeiras e Porto contribuíram para o aumento da cobrança de IMT, mas longe dos valores registados na capital. Loulé, que abrange zonas muito procuradas para investimentos turísticos, surge em 4º lugar nesta lista.
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