O promotor imobiliário Guedol comprou os terrenos do antigo Estádio das Laranjeiras, por 8,5 milhões de euros, em hasta pública à Câmara Municipal de Paredes. O objetivo era construir ali um centro comercial, mas isso nunca aconteceu porque o negócio foi embargado por via judicial. Anos depois, o Supremo Tribunal de Justiça veio agora considerar a venda legal, mas a Guedol já faliu. Qual vai ser agora o destino do imóvel?
Os terrenos estão hipotecados ao BCP, que concedeu à empresa um empréstimo de oito milhões de euros, antes da falência, segundo conta o Jornal de Notícias.
O Supremo, escreve o jornal, anulou a decisão da Relação, que por sua vez tinha anulado parcialmente a decisão do Tribunal de Paredes, especificando que a Relação do Porto chumbou o negócio da venda pelo município, por violação do espírito da doação, como pretendiam os herdeiros de D. Maria Augusta, que em tempos ofereceu os terrenos ao União de Paredes, supostamente apenas para fins desportivos e recreativos.
A história destes terrenos
Maria Augusta Ferreira Neto de Sotto Maior e Menezes doou, em 1926, um terreno com 10 mil m2 para um campo de futebol balneários (atual estádio das Laranjeiras) ao União de Paredes, supostamente com a condição de ser utilizado para fins desportivos e recreativos.
Em 1997, o Tribunal de Trabalho de Barcelos, por dívidas a um jogador, determinou a penhora do estádio para o pagamento dessas verbas. Então, foi vendido em leilão à Fundação Nortecoope, que pagou cerca de 75 mil euros. Dois anos depois, a Câmara comprou o imóvel.
O União de Paredes continuou a usar o espaço até que a Autarquia decidiu vender os terrenos e outros contíguos, em hasta pública, por 8,5 milhões de euros à Guedol.
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