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Torre Portugália é para a classe média: o argumento do promotor para levar o projeto para a frente
© D.R. via Diário de Notícias

O projeto para o quarteirão da cervejaria Portugália, em Arroios, Lisboa, continua a dar que falar. A torre da discórdia prevista no plano – terá 60 metros de altura espalhados por 16 – não reúne consensos. Os promotores garantem que as casas serão destinadas à classe média, num momento em que há falta de oferta de habitação na capital, mas o argumento não convence os moradores, dispostos a avançar para tribunal para travar a execução da obra.

O megraempreendimento prevê a construção de quatro prédios novos (um deles será a torre da discórdia) e a reabilitação do antigo edifício da Fábrica da Cerveja e do famoso restaurante. Ao todo serão cerca de 85 apartamentos, sendo que o projeto contempla ainda a construção de escritórios, espaços de co-work e uma zona comercial.

Casas para a classe média?

Os projetistas argumentam que as casas para habitação se destinam a classe média, sendo que uma família com uma remuneração na média nacional não gastará aqui mais de 30% do seu orçamento, de acordo com o Diário de Notícias.

Ainda assim, os moradores não parecem convencidos. O projeto para o Portugália Plaza está em consulta pública até 18 de junho de 2019, sendo que nas duas sessões de esclarecimento já realizadas ficou claro que maioria dos munícipes está contra a intervenção urbanística, criticando sobretudo a volumetria do edifício. Segundo a Lusa, a Associação Vizinhos em Lisboa, que agrega os coletivos Vizinhos do Areeiro, Vizinhos da Penha de França, Vizinhos de Alvalade, Vizinhos das Avenidas Novas e Vizinhos de Arroios pondera avançar com uma ação judicial contra o projeto de requalificação do quarteirão da Portugália.

Entretanto, um grupo de cidadãos lançou o movimento “Stop Torre 60m Portugália” que defende que a futura estrutura “descaracteriza e fere a identidade arquitetónica dos bairros envolventes” e “constitui uma agressiva interferência no sistema de vistas da cidade".

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