Duarte Nuno Rodrigues assumiu, no início de julho, o cargo de diretor do escritório no Porto da Cushman & Wakefield, dando continuidade ao reforço da atividade da consultora no mercado do Grande Porto, iniciada com a abertura em 2016. Em entrevista ao idealista/news, este profissional com 20 anos de experiência no mercado imobiliário - natural e residente na Invicta -, destaca que o mercado na região Norte tem estado muito ativo este ano, estando identificados cerca de duas dezenas de ativos em negociação, com fecho previsto nos próximos 24 a 30 meses. Escritórios e hotelaria são os setores mais ativos.
A região do Porto registou nos últimos anos um aumento de transações de investimento com valores significativos?
Não obstante o imenso dinamismo que o mercado imobiliário do Grande Porto tem vindo a registar nos últimos cinco anos, este é mais visível no mercado de ocupação e de promoção. A atividade de investimento imobiliário institucional, em produto acabado e excluindo risco de promoção, ainda está a dar os primeiros passos na região.
Em 2018 o volume total de investimento em imobiliário comercial (excluindo habitação) rondou os €72 milhões (apenas 2% do total em Portugal). Mas a tendência é claramente de crescimento, este ano temos já registo de mais de 90 milhões entre janeiro e julho, mais 25% de volume do que o registado nos 12 meses de 2018.
Temos, neste momento, identificados cerca de duas dezenas de ativos em negociação, com fecho previsto nos próximos 24 a 30 meses.
Existe oferta no mercado que se identifique com esta procura?
Essa é uma das limitações ao crescimento da atividade de investimento na região, a ausência de produto adequado aos requisitos dos investidores. Mas a atividade de promoção dos últimos anos, principalmente nos setores de escritórios e de hotelaria, está a trazer ao mercado produto elegível.
Temos, neste momento, identificados cerca de duas dezenas de ativos em negociação, com fecho previsto nos próximos 24 a 30 meses.
A nível de concretizações de operações o que perspetiva para este ano?
O mercado tem estado muito ativo este ano. Temos, neste momento, identificados cerca de duas dezenas de ativos em negociação, com fecho previsto nos próximos 24 a 30 meses.
Escritórios e hotelaria são os setores mais ativos.
Qual a sua perspetiva a nível dos valores totais de transação?
Tendo em conta as nossas estimativas o volume de investimento em imobiliário comercial na região do Porto pode aproximar-se dos 300 milhões até ao final do ano. No entanto, existe um risco associado a esta previsão, uma vez que estas operações são complexas e muito frequentemente verificam atrasos consideráveis. Escritórios e hotelaria são os setores mais ativos.
A procura de espaços de escritórios e espaços empresariais na cidade do e na região está a ter uma resposta suficiente?
Sim, o mercado está a responder de forma dinâmica à procura sentida, tanto no que se refere ao volume de oferta em pipeline como à qualidade destes novos projetos que vão surgindo.
O mercado de escritórios do Grande Porto tem, neste momento, cerca de 180.000 m2 de projetos com conclusão prevista para os próximos três anos.
Há projetos novos ou para reabilitar previstos?
A resposta à escassez de espaços de qualidade que ainda existe, e se prevê existir a médio prazo, é de um crescimento nas rendas.
O comércio de rua é, neste momento, o setor mais dinâmico no imobiliário nacional e o Porto não é exceção
O comércio de rua na cidade apresenta grande dinâmica?
O comércio de rua é, neste momento, o setor mais dinâmico no imobiliário nacional e o Porto não é exceção. O mercado está muito ativo, com níveis de procura nunca antes visto e um crescimento exponencial nos níveis de visitantes nas ruas.
Todavia, a cidade ainda não se conseguiu afirmar-se como um destino de marcas premium e de luxo?
Já existem marcas neste segmento a abrir ou a estudar a cidade. O aumento do turismo e dos expatriados a residirem na cidade, bem como a recente tendência de compra de habitação de segmento alto por parte de estrangeiros, contribuem para o crescimento deste segmento.
Qual é a tendência em termos dos valores de renda?
Forte crescimento nos últimos anos. Agora já se começa a antecipar alguma consolidação.
A renovação de alguns centros comerciais, como é o caso do Norteshopping, e a aposta em marcas premium é uma boa estratégia?
O mercado dos centros comerciais atingiu a maturidade e os operadores procuram renovar-se e criar alternativas de consumo e de lazer, que permitam uma clara diferenciação e complementaridade em relação ao retalho digital. Os consumidores têm agora uma maior preocupação com a experiência de compra, novos conceitos e valores que envolvem o produto e a marca.
A aposta em marcas premium, tradicionalmente posicionadas em lojas de rua, (re)começa a ter sentido mas apenas em alguns espaços comerciais, de maior relevância em oferta comercial e de lazer.
Essa experiência tem tido sucesso em outras geografias e mercados, embora seja um processo muito específico e, tal como com outros formatos inovadores e diferenciados, deverá avançar com base numa análise e avaliação sólidas.
Qual é a tendência a nível das rendas?
As rendas de referência nos centros comerciais têm-se mantido estáveis.
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