Paulo Ribeiro, CEO do grupo português U-World, revela novidades sobre o plano de expansão do negócio de alojamento universitário, em plena pandemia.
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U-World atrai investidores privados para residências universitárias e aposta na integração dos residentes
idealista/news

O grupo U-World é português e apostou no segmento das residências universitárias em Portugal e no Brasil, com um modelo de gestão que aposta na rentabilização dos ativos através da participação de investidores privados. Em entrevista ao idealista/news, Paulo Ribeiro, CEO do U-World, conta as novidades sobre os projetos das residências universitárias, previstas para Braga, Coimbra e Aveiro e sobre parceria com a Santa Casa da Misericórdia do Porto para a gestão das residências, The Gallery Residence e The Barons Residence, unidades criadas para dar resposta às necessidades da ação social das universidades e politécnicos.

Quais as novidades do conceito desenvolvido pelo grupo U-World na promoção e gestão de residências de estudantes?

Temos um conceito de alojamento universitário único em Portugal. Preocupamo-nos em oferecer soluções que se adaptem a cada residente, adotando sempre um papel ativo no seu desenvolvimento académico e profissional.

Assim, desenvolvemos o conceito de alojamento e ‘personal coach All-in-One’, garantindo um acompanhamento privilegiado em todo o seu percurso, com foco no nosso propósito de contribuir para uma sociedade melhor, capaz de superar os desafios futuros, através do desenvolvimento das novas gerações, contribuindo para a evolução da nossa comunidade de forma sustentável.

Ser um investidor U-World acarreta inúmeras vantagens. Disponibilizamos o acesso a produtos de investimento robustos, com uma taxa de rentabilidade acima da média, e com a garantia de uma gestão profissional, que liberta os investidores de tarefas de captação de clientes, gestão do imóvel e respetivas obrigações.

Dispõem de várias marcas de alojamento, que apostam na rentabilização dos ativos?

Em termos de residências universitárias dispomos de quatro marcas de alojamento, cada uma com características próprias.

A U-Loft, inspirada no modelo anglosaxónico ('buy-to-rent') e francês ('la vente a la decoupe'), que consiste em projetos de unidades de alojamento, desenvolvidos com a participação de um leque alargado de investidores, que adquirem os apartamentos e nos confiam a sua exploração. A U-Club, destinada a proporcionar uma experiência gratificante para um segmento especial das nossas comunidades académicas, disponibiliza alojamento exclusivo para investigadores, professores, estudantes de doutoramento ou em especialização. É assim uma aposta no diferencial do alojamento universitário, agregando serviços de apoios ajustados às necessidades deste segmento. Já o U-RE é o alojamento universitário, numa modalidade de hotelaria mais tradicional com quartos por norma individuais. Estas três marcas incorporam nas suas áreas comuns um leque alargado de serviços, que vão desde restauração, ginásios, incubadoras, coworking, salas de estudo e formação, auditórios.

Por último, a marca U-INN, que é composta por unidades de alojamento de qualidade que providenciam um leque de serviços base que vão ao encontro dos serviços fundamentais de uma residência universitária. Estas unidades dão resposta às necessidades da ação social das universidades e politécnicos, que visam criar soluções de alojamento que permitem acomodar com qualidade os estudantes bolseiros dentro do orçamento definido pela orçamento de Estado.

Quais as mais-valias conseguidas pelos investidores nas unidades U-World?

Ser um investidor U-World acarreta inúmeras vantagens. Disponibilizamos o acesso a produtos de investimento robustos, com uma taxa de rentabilidade acima da média, e com a garantia de uma gestão profissional, que liberta os investidores de tarefas de captação de clientes, gestão do imóvel e respetivas obrigações.

Qual é a carteira de investidores neste momento?

Atualmente dispomos de uma carteira de duas dezenas de investidores no projeto U-Loft Braga, que possuem maioritariamente nacionalidade portuguesa e residência em Portugal. Podemos classificá-los como pequenos e médios aforradores, já com algumas poupanças. Contamos ainda com cerca de 25% de empresas que fazem parte do nosso leque de investidores.

A situação atual que vivemos face à pandemia veio contrariar as taxas de ocupação que ambicionávamos ter, contudo, consideramos ser um período atípico cuja resiliência é fulcral. Encontramo-nos a fechar o planeamento do próximo ano letivo e arriscamos implementar o conceito único de alojamento e ‘personal coach’ que visa o acompanhamento dos residentes.

Em que fase se encontram os projetos de novas residências previstas para Braga, Aveiro e Coimbra?

O primeiro processo em Braga foi iniciado em 2018 e encontramo-nos a aguardar o licenciamento do projeto para podermos dar início à fase de construção. Atualmente, dispomos de 84% dos apartamentos reservados em Braga.

No que se refere ao projeto de Coimbra, aguarda o deferimento do PIP (Pedido de Informação Prévia), submetido em 2020. Realizamos, recentemente, uma reunião com a autarquia de Coimbra, e esperamos em breve poder dar início à comercialização e construção do projeto.

Relativamente a Aveiro, o terreno previsto para o desenvolvimento do projeto encontra-se com algumas situações litigiosas pendentes, que se encontram a aguardar resolução por parte do proprietário, o que nos impossibilita prever uma data concreta para avançar com o projeto.

O grupo fez uma parceria com a Santa Casa da Misericórdia do Porto para a gestão das suas residências. Como está a decorrer?

A situação atual que vivemos face à pandemia veio contrariar as taxas de ocupação que ambicionávamos ter, contudo, consideramos ser um período atípico cuja resiliência é fulcral. Encontramo-nos a fechar o planeamento do próximo ano letivo e arriscamos implementar o conceito único de alojamento e ‘personal coach’ que visa o acompanhamento dos residentes durante toda a estadia com serviço de tutoria personalizado, potenciando o desenvolvimento pessoal, académico e profissional, incentivando ainda à participação em ações de responsabilidade social que visam consciencializar os residentes das questões ambientais e despertar o espírito de solidariedade no seio das nossas residências e fomentar uma participação social mais ativa.

Qual o modelo que estão a praticar tendo em conta que se trata de um produto lançado para estudantes que não podem pagar os valores de mercado?

Estabelecemos com diversas entidades públicas e privadas, protocolos de cooperação de forma a angariar apoios para os jovens estudantes de mérito, que se traduzem na forma de bolsas. Atualmente dispomos de seis residentes bolseiros resultantes dos concursos anteriormente realizados, dirigidos a estudantes de nacionalidade brasileira da Academia do Porto e a estudantes do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP). Está previsto para breve lançarmos um concurso nacional que irá disponibilizar 30 bolsas de alojamento, propina e tutoria a estudantes de mérito, que estimam integrar o primeiro ano do ensino superior na cidade do Porto, no próximo ano letivo.

O mercado das residências universitárias tem sido considerado um dos poucos ativos resistentes às crises económicas. No entanto, esta crise sanitária tem tido outros impactos no nosso mercado, nomeadamente com a suspensão das aulas presenciais e do tráfego aéreo. Convidou-nos a refletir sobre os nossos planos de contingência, a repensar os planos funcionais das unidades de alojamento, a criar e implementar novos processos.

Que serviços e mais valias oferece o U-World aos residentes destas unidades?

Além da qualidade do serviço de alojamento, destaco o serviço de ‘personal coach’ (tutoria) e ‘mentoring’ que apoiam os residentes nesta nova jornada das suas vidas.

O processo de adaptação a uma nova cidade e realidade, onde os estudantes se encontram distantes das suas famílias e do ambiente com o qual estavam familiarizados, tem tanto de libertador como de ‘penoso’. De forma a colmatar estes sentimentos, desenhamos estes serviços que facilitam o acompanhamento e integração dos residentes na academia e no mercado de trabalho. No final do ano passado, lançamos a nossa empresa de formação, a U-Qualify, que visa o desenvolvimento de competências e fomentar uma aprendizagem constante. Com uma ‘pool de qualifiers’ nas mais diversas áreas de interesse, tem disponibilizado eventos virtuais que têm tido uma crescente adesão quer por parte da comunidade académica, quer por parte dos residentes.

Como se encontra a internacionalização do conceito do grupo U-World no Brasil?

Estamos a finalizar a constituição da sociedade de investimento que irá adquirir imóveis já existentes em São Paulo e que contamos iniciar a operação assim que as condições sanitárias o permitirem. Temos previsto para este ano disponibilizar cerca de 400 quartos a estudantes e esperamos duplicar este número no próximo ano.

Qual o efeito que a atual pandemia pode ter no desenvolvimento das residências universitárias?

O mercado das residências universitárias tem sido considerado um dos poucos ativos resistentes às crises económicas. No entanto, esta crise sanitária tem tido outros impactos no nosso mercado, nomeadamente com a suspensão das aulas presenciais e do tráfego aéreo.

Convidou-nos a refletir sobre os nossos planos de contingência, a repensar os planos funcionais das unidades de alojamento, a criar e implementar novos processos.

Que serviços oferece o grupo U-World no âmbito do programa Golden Visa Portugal?

Desde a consultoria personalizada e representação a assessoria na compra e financiamento de imóveis, disponibilizamos investimentos imobiliários e mobiliários. As nossas unidades U-loft, promovem um produto de investimento aberto ao mercado global. Através do programa Golden Visa Portugal disponibilizamos benefícios para investidores não-europeus que investem um valor mínimo em imobiliário português, assim como, em fundos de investimento ou de capitais de risco para capitalização de empresas, com a finalidade de receber dispensa de visto de residência para entrar no país, viabilizando a livre circulação no espaço Schengen, para além de outras vantagens atraentes.

Considera que as alterações ao enquadramento legal deste programa vão permitir incentivar o investimento fora dos grandes centros?

É uma pergunta de difícil resposta, mas acredito que poderá ter um efeito marginal na captação de investimento. Penso que estas ações de incentivo e desincentivo deveriam ter por base uma discussão mais alargada, nomeadamente com o poder local, promotores e populações.

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