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O maior número de crianças nasce em setembro. Sabes porquê?
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É no mês de setembro que nascem mais crianças em Portugal. Quase 10 em cada 100 bebés de 2015 deram o primeiro grito de vida no nono mês do ano. Há 14 anos consecutivos que isto acontece, com exceção de 2011, segundo mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Esta não é uma particularidade nacional, sendo que em toda a Europa, setembro passou a ser o mês forte dos nascimentos. O que explica este fenómeno de sazonalidade da natalidade?

A média dos últimos cinco anos, por exemplo, mostra que 9,1% dos nascimentos em Portugal ocorreram em setembro. Todo o período que decorre entre julho e outubro regista elevados níveis de nascimentos. No extremo oposto estão os meses de fevereiro abril e junho, que registam um menor número de nascimentos. 

Mas nem sempre foi assim, segundo noticia o Jornal de Negócios. Citando dados do INE, o diário escreve que ao longo da década de 80, maio era invariavelmente o mês em que nasciam mais crianças. Só a partir dos anos 90, indica o jornal, é que a sua liderança começou a ser disputada, precisamente por setembro, que se tornou rei e senhor a partir de 2002. Nos últimos cinco anos, maio surge em quinto lugar, ultrapassado por julho, agosto e outubro, além de setembro.

O maior número de crianças nasce em setembro. Sabes porquê?

Esta mudança, sugerem vários estudos, deverá estar relacionada com uma alteração de hábitos dos portugueses que, com o desenvolvimento da economia, o aumento do rendimento disponível e a maior facilidade em deslocarem-se, acabaram por diversificar os períodos em que gozam as férias, retirando importância ao mês de agosto. E lá está, menos tempo livre, menos concepções em agosto, logo menos crianças em maio.

Mas o que explica o pico de setembro?

As crianças nascidas em setembro foram concebidas em dezembro, um mês especial. A celebração do Natal, segundo indica o Jornal de Negócios, traz consigo vários ingredientes que favorecem a concepção de crianças, admitem os especialistas, destacando que o fator mais determinante parece ser o lazer. As férias do Natal e do Ano Novo dão mais tempo e descontração para que os casais possam fazer o que é preciso para engravidar. 

Por outro lado, o diário explica que este é também um período de reunião de alguns casais que, por razões profissionais, estão afastados do ponto de vista geográfico (tipicamente, o caso dos emigrantes). Finalmente, alguns especialistas apontam também a cultura natalícia de fraternidade e amor como potenciadora de um maior número de concepções.

Por outro lado, muitos casais aguardam pelo casamento para procriarem. Uma investigação sobre a população de Malta, citada pelo diário, conclui que existe uma correlação entre casamentos e nascimentos, com um hiato temporal de 13 a 14 meses.

Em Portugal, tal como em Malta, a maioria dos casamentos (43%) realiza-se no verão, nas últimas duas décadas. Daqui a Setembro decorrem entre 14 e 12 meses, respetivamente, semelhante ao hiato temporal verificado em Malta. Estes dados sugerem que muitos casais decidem tentar o primeiro filho logo a seguir ao casamento. Claro que a concepção não é imediata, demorando, neste caso, três a cinco meses.   

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