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As chefias intermédias e os diretores de primeira linha fazem parte das categorias profissionais que maiores aumentos registaram em Portugal em 2014. Em contrapartida, as funções de topo e as de menos responsabilidade foram as que sofreram uma maior diminuição dos incrementos salariais, ao contrário do ano passado, mostram dados da consultora Mercer.

O estudo Total Compensation Portugal 2015, realizado pela consultora Mercer e citado pela Lusa, indica que contrariamente à tendência verificada em 2014, há "uma diminuição dos incrementos salariais nas funções de topo e nas funções de menor responsabilidade", tendo os salários dos diretores-gerais e administradores caído 1,60% e o dos operários 1,38%.

Nos restantes grupos, "observam-se incrementos reais nos valores salariais", nomeadamente nas chefias intermédias e nos diretores de primeira linha, com um aumento de 1,52% e 0,73%, respetivamente, segundo este estudo que analisou 112.677 postos de trabalho em 307 empresas presentes no mercado português.

Os quadros de direção-geral/administração, administrativos e operários "sofreram uma diminuição dos níveis salariais", com descidas que oscilam entre os 1,60% e os 0,02", mas "as restantes famílias funcionais analisadas beneficiaram de ligeiros incrementos salariais (entre 0,25% e 1,52%)".

No entanto, estes incrementos salariais foram inferiores aos valores observados em 2014 (entre 1,18% e 1,56%), "perspetivando-se que em 2016 essa variação se mantenha entre 0,79% e 1,24%".

Muitas empresas estão a congelar salários

Segundo o estudo, "verificou-se um número excecionalmente elevado de empresas a congelarem os incrementos salariais", que representaram cerca de 22% das empresas que participaram, o que se deve ao "ciclo de ajustamento económico que caracterizou os últimos anos".

No caso dos trabalhadores recém-licenciados, o estudo conclui que o salário base destes trabalhadores, quando no primeiro emprego, se situou sobretudo entre os 11.950 e os 18.177 euros, o que representa uma diminuição face a 2014, em que este indicador oscilava entre os 12.600 e os 18.075 euros.

O responsável da área de estudos de mercado da Mercer em Portugal, Tiago Borges, afirma que os incrementos salariais "tendem a tornar-se cada vez mais uniformes", mas há uma tendência para haver "uma maior penalização dos níveis funcionais com maior responsabilidade em períodos de recessão, bem como uma recuperação mais acentuada em períodos de expansão da atividade económica".

Tendência é manter número de trabalhadores

O número de empresas que prevê aumentar o número de trabalhadores efetivos é superior (26%) ao que prevê diminuir (14%), seguindo-se a tendência já verificada em 2014 no seguimento da tendência verificada no ano anterior, sendo que a maioria das empresas (60%) prevê manter o número de trabalhadores.

Quanto a benefícios atribuídos pelas empresas, o mais comum é o plano médico, que é concedido por 92% das empresas que participaram no estudo.

Das 307 empresas que integraram a análise da Mercer, 53% são multinacionais, 46% são empresas nacionais privadas e apenas 1% corresponde a empresas nacionais públicas.

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