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Montepio está a ganhar milhões com a venda de imóveis: contamos-te a fórmula do sucesso
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O negócio imobiliário está a dar frutos também para Grupo Montepio. Desde 2015 até ao primeiro semestre de 2017 a instituição financeira concluiu a venda a retalho de cerca 2.900 imóveis de negociação, no valor de 450 milhões de euros, que eram da propriedade da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG)  e das entidades do seu perímetro de consolidação. E com base nos resultados dos últimos meses, a expetativa do banco é que este ritmo de vendas se comece a intensificar cada vez mais. 

"No primeiro semestre de 2017 aprovámos propostas de venda que ultrapassaram em 32% o registado no período homólogo de 2016, e esperamos que os próximos semestres possam correr ainda melhor" revela Fernando Santo, administrador executivo da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) e administrador do Montepio Gestão de Ativos Imobiliários (MGAI), citado pelo Público Imobiliário.

Para conseguir estes resultados, o Grupo Montepio decidiu adotar uma estratégia diferente face aos restantes operadores da banca no que toca à gestão de ativos imobiliários. "Contrariamente ao que tem sido habitual noutras instituições financeiras, considerámos que, face ao valor, tipo de imóveis recebidos por dações em pagamento ou insolvências e ao estado em que se encontravam, com um significativo valor por acabar, teríamos que assumir uma intervenção semelhante à dos promotores imobiliários, com competências técnicas internas adequadas à gestão imobiliária desse património", explica o gestor.

Como chegar a estes resultados?

Ou seja, o Montepio decidiu assumir uma "gestão integrada das diferentes fases do processo de criação de valor do imobiliário, com competências para, se for preciso, podermos iniciar um projeto de loteamento, definir o conceito de produto até concluir a construção do edifício e entrega-lo chave-na-mão".

Uma opção que faz a diferença, defende, sobretudo quando a carteira de ativos inclui terrenos em diferentes estados de desenvolvimento urbanístico e empreendimentos inacabados.

"Não concordo que se vendam estes ativos com um desconto agressivo, quando é possível, com tempo, criar valor", defende sublinhando que "no auge da crise poderíamos ter vendido terrenos com descontos agressivos de 50% ou 60%, mas não me parece que seria bom negócio".

Confiante de que o imobiliário, à semelhança da economia, se move por ciclos, Fernando Santo decidiu esperar até ao bom momento em que estamos agora. "Os valores dos terrenos começam a aproximar-se das avaliações anteriores; e quem teve capacidade para manter o seu património já não vai perder dinheiro, com os descontos do tempo do pico da crise. Porque, 50% do valor num ativo, que é o que teríamos de abdicar há quatro ou cinco anos, é muito dinheiro para perder, e isso é algo que só faz sentido se houver muito dinheiro para colocar em cima dos problemas ou mesmo muita necessidade em libertar a carteira de ativos imobiliários" argumenta.

Por outro lado a estratégia do Montepio passou também por investir na conclusão dos projetos inacabados que foram “herdados”. "Atuámos como um grande promotor, agindo em todo o ciclo normal da promoção imobiliária, identificando o que estava por construir, lançando concursos para as empreitadas, licenciando projetos e acabando as obras para, então, vender os imóveis a preço mercado".

Este plano de ação permitiu vender nos últimos dois anos "mais de 100 milhões de euros em imóveis antes inacabados" o que "demonstra que, com tempo, é possível criar valor nos ativos imobiliários em carteira e aliená-los a preços de mercado, aproveitando essa oportunidade ao invés de serem prometidos vender a terceiros, com descontos muito superiores ao investimento a realizar e sem escritura, uma vez que os imóveis não estavam concluídos, ou seja, os imóveis não saíam do balanço, mas o negócio sim", remata Fernando Santo em declarações citadas pelo jornal.

 

resultados dos últimos meses, tudo indica que este ritmo de vendas se comece a intensificar cada vez mais. «Só para ter uma ideia, no primeiro semestre de 2017 aprovámos propostas de venda que ultrapassaram em 32% o registado no período homólogo de 2016, e esperamos que os próximos semestres possam correr ainda melhor», revela Fernando Santo. «Ora, se os resultados estão a aparecer, quer dizer alguma coisa, que vale a pena ter paciência, apostar no conhecimento do mercado com competências próprias e acreditar naquele que é o contexto em que vivemos e que a seguir a uma crise haverá novas oportunidades. Mas para além da estratégia e do contexto do mercado mais favorável, foi determinante a competência e a dedicação de todos os colaboradores».

 

E, é precisamente nesse contexto, que a CEMG e o Montepio Gestão de Ativos Imobiliários acabam de dar mais um passo em frente na sua estratégia para a área imobiliária, com o lançamento do novo site Imoveismontepio.pt. Online desde o início de julho, o portal reúne cerca de 4.800 imóveis comerciais, residenciais e terrenos para construção detidos pelo grupo para venda, localizados de norte a sul do país e nas ilhas. Um reforço da estratégia de comercialização que já vem sendo desenvolvida «offline» através de uma rede de 90 mediadores a quem o Montepio atribuiu a comercialização exclusiva dos seus ativos, admitindo parcerias com todos os outros mediadores.

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