2018 foi já um ano marcado por uma forte atividade na promoção imobiliária - tanto em número como em volume de transações de terrenos e de edifícios para reabilitar. A reabilitação, segundo a JLL, ainda se mantém como a principal fonte deste negócio em Lisboa (representando 60 a 70% dos processos de licenciamento na cidade), mas a consultora antecipa que construção nova deverá marcar a atividade no ano que acaba de arrancar.
“2019 será o ano dos projetos de maior escala e da construção de raiz, onde a produção de escritórios, lojas, hotéis e habitação, vem dar resposta ao aumento da procura e à necessária renovação do stock. O pipeline de novos empreendimentos a chegar ao mercado quer na habitação quer nos escritórios será de certeza mais robusto este ano e irá fortalecer-se nos próximos", antecipa Pedro Lancastre, diretor geral da JLL Portugal.
Ainda assim, o especialista em imobiliário diz que "estamos longe dos níveis de produção que se registavam há uma década", sendo por isso "absolutamente fulcral acelerar a produção de novos imóveis, sob pena de o mercado não conseguir acompanhar o ritmo da procura e perder, a prazo, o momento”.
"Até agora deu-se muito ênfase à reabilitação"
Reabilitar foi palavra de ordem até agora, e continuará a ser. No entanto, e para o responsável da JLL, avizinham-se tempos de mudança, e uma nova dinâmica na construção, há muito tempo adormecida.
“Até agora foi feito um grande investimento na reabilitação, deu-se grande ênfase à reabilitação... e de facto há muito para recuperar ainda, o parque imobiliário das cidades, sobretudo de Lisboa e Porto, estava bastante degradado. Tem vindo a ser e será recuperado", refere, explicando que "vão começar a aparecer a alguns projetos mais estruturais na construção de raíz".
"Quando se faz reabilitação, faz-se numa escala mais pequena, ao passo que na contrução conseguiremos construir coisas com maior escala", reforça Pedro Lancastre, adiantando que há confiança da parte dos agentes para se começarem a pôr de pé “grandes projetos que já não acontecem há muito tempo”.
Casas, escritórios e usos mistos, projetos para tudo
Analisando o mercado de promoção imobiliária no ano de 2018, a JLL indica que na habitação verificou-se já uma diversificação quer geográfica quer de segmentos: além dos produtos de luxo no centro de Lisboa, zonas como Marvila, Beato e Alcântara; Alta de Lisboa, Telheiras e Benfica; ou Carnaxide, Algés e Miraflores começam a despontar, sobretudo com projetos destinados à classe média e com maior dimensão.
Por outro lado, revela que a promoção de escritórios também está no radar dos investidores, explicando que este segmento apesar de ter um preço de saída menor que o setor residencial, tem custos e prazos de desenvolvimento mais reduzidos.
O pipeline de escritórios até 2022, inclusive, é de 410.000 m2, com o Parque das Nações a apresentar uma forte presença neste stock projetado. Só em 2019 deverão ser concluídos 78.000 m2 de novos escritórios, embora grande parte já com ocupação pré-contratada, indica a consultora.
Os projetos de usos mistos são igualmente alvo de crescente interesse dos promotores, pela possibilidade de originar produto em todos os setores e pela dimensão que permitem. Um dos mais emblemáticos, frisa a JLL, nascerá nos terrenos da antiga Feira Popular, em Entrecampos, os quais foram recentemente adquiridos por 274 milhões e que darão lugar a um empreendimento de habitação, comércio e escritórios numa zona central e consolidada de Lisboa.
A empresa diz ser um player ativo neste mercado de promoção imobiliária, tendo estado envolvida em operações com valor superior a 276 milhões de euros e que resultarão em projetos residenciais, de escritórios e turismo no total de 103.000 m2 de construção e um investimento agregado superior a 580 milhões.
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