
O chamado "Pão de Açúcar", depois de décadas inacabado e votado ao abandono, vai agora ganhar uma nova vida. O grupo Lucios decidiu investir 97 milhões de euros para converter o imóvel - onde a transexual Gisberta foi assassinada, em 2006, por um grupo de 14 rapazes -, num complexo imobiliário, com a designação de Edifício Pacífico. O projeto irá permitir a criação de mais de 800 postos de trabalho.
Situado entre a Avenida Fernão de Magalhães e a Rua dos Abraços, junto ao Campo 24 de Agosto, no centro do Porto, o empreendimento terá quatro blocos de diferentes dimensões, um dos quais com 23 pisos, revela o promotor em comunicado
Ocupando uma área total de 49 mil metros quadrados (m2), depois de concluído o projeto de investimento da Lucios, o Edifício Pacífico terá um hotel com 231 quartos, espaços comerciais, incluindo um supermercado, serviços, entre os quais um ginásio, escritórios e residências com serviços.
O empreendimento, cuja construção deverá arrancar "entre o final de 2019 e o início de 2020", com conclusão prevista "para o último trimestre de 2022", terá também um parque de estacionamento público, de acordo com a administração do grupo Azevedo’s, dono da Lucios.
"O grande projeto do centro do Porto dos últimos anos"
O promotor irá também fazer alterações no âmbito do domínio público, nomeadamente com a criação de uma praça pedonal e alargamento da Rua dos Abraços para facilitar os acessos e libertar o fluxo de trânsito da Avenida Fernão de Magalhães.
"Este é, provavelmente, o grande projeto do centro do Porto dos últimos anos, pelo que temos em mãos um desafio que exige uma enorme responsabilidade".
Daí que a solução proposta pela Lucios, que recebeu luz verde da autarquia, tenha passado pela "reformulação profunda do projeto inicial, inspirando-se nas novas dinâmicas do Porto e potenciando a capacidade atrativa do centro da cidade".
Considerado uma das maiores manchas urbanísticas do Porto, a primeira pedra deste edifício foi lançada em 1974, quando começou a construção daquele que seria um parque de estacionamento e uma galeria comercial. Mas a obra acabou por se prolongar no tempo, tendo sido suspensa no início dos anos 90, após o afastamento do investidor brasileiro. O grupo Lucios adquiriu o inacabado edifício "em agosto de 2018".
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