
Há um ano, a Ilha dos Moinhos, no Porto, esteve no centro das atenções pelos piores motivos. As chuvas fortes que se fizerem sentir provocaram uma inundação, causando vários estragos nas casas ali existentes e levando ao realojamento de emergência dos residentes. Agora, este bairro residencial localizado na escarpa das Fontainhas foi adquirido por 900 mil euros pela Câmara Municipal do Porto, que quer ali intervir de forma a estabilizar aquela zona e evitar novas inundações. E os planos da autarquia da Invicta não ficam por aqui: a ideia é também ali construir um parque urbano.
Foi na segunda-feira, dia 29 de janeiro, que o Executivo municipal do Porto aprovou por unanimidade a compra da Ilha dos Moinhos por 900 mil euros, tal como estava orçamentado. Agora, esta aquisição do imóvel deverá ser remetida para apreciação da Assembleia Municipal. A ideia da autarquia presidida por Rui Moreira passa, sobretudo, por intervir nesta zona onde ocorrem cada vez mais episódios de inundações e derrocadas com origem na ribeira Poço das Patas, que se encontra entubada. Foi precisamente pelo rebentamento de uma tubagem desta ribeira, que ocorreu a inundação registada em janeiro de 2023.
Tendo em conta as “anomalias estruturais relevantes” na Ilha dos Moinhos e de haver risco de novas inundações, a autarquia da Invicta já procedeu ao realojamento de 16 das 18 famílias que lá viviam. Uma das famílias conseguiu uma solução habitacional e o outro caso está em análise pela Domus Social, empresa municipal de habitação social.
Este foi o primeiro passo para intervir na Ilha dos Moinhos, que hoje não apresenta condições de habitabilidade, segurança e salubridade. Depois, o município do Porto quer intervir nesta zona criando um conjunto de “bacias de retenção que resolvam os problemas”, referiu Rui Moreira, autarca do Porto, citado pelo Expresso.
Até agora sabe-se também que a Águas e Energia do Porto está a desenvolver “dois projetos de execução para a retenção e drenagem controlada” naquela zona, sendo depois necessário “promover um projeto de adaptação e aumento de resiliência da ribeira do Poço das Pratas”, refere a proposta do Executivo do Porto citada pelo Público.

Parque urbano vai ser construído nas Fontainhas
Só depois de construir as bacias de retenção, resolver os problemas de estabilização da escarpa das Fontainhas e garantir a resiliência do troço de água - de forma a evitar novas inovações e derrocadas -, é que o município da Invicta vai avaliar a hipótese de construir o Parque das Fontainhas/Carquejeiras. Isto porque, segundo o Plano Diretor Municipal, cerca de 33% da área do imóvel (3.084 m2) está qualificada como área verde de fruição coletiva, estando previsto criar naquele espaço um parque urbano.
Para a futura construção deste novo parque urbano no Porto terá de ser apresentado um projeto no concurso público (a ser lançado futuramente), que contenha “soluções tecnicamente compatíveis com o risco que lá existe e, na medida do possível, com a naturalização de uma parte daquela zona”, disse ainda o presidente da Câmara do Porto ao Expresso.
Toda a intervenção nesta zona da cidade tem como objetivo promover “as condições de vida e de bem-estar da população, reforçando a atratividade residencial e criando as condições para a recuperação demográfica da cidade; assim como a garantia da qualidade ambiental, promovendo um modelo de desenvolvimento urbano sustentável”, lê-se no portal de notícias da Câmara do Porto.
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