A Mota-Engil está a concorrer à construção de um oleoduto entre o Quénia e o Uganda, numa extensão de 352 quilómetros e no montante de cerca de 300 milhões de dólares (220 milhões de euros). O grupo liderado por Gonçalo Moura Martins enfrenta a oposição de mais 13 adversários, sendo que entre eles existem grupos chineses, japoneses, franceses e indianos, entre outros.
Trata-se de um concurso que se insere no objetivo estratégico da Mota-Engil África, que deverá ser admitida à cotação no mercado principal da bolsa de Londres em julho, de apostar na entrada em grandes concursos internacionais na África subsaariana nos setores extrativos - mineração, gás natural e petróleo.
“As maiores empresas de construção do mundo atuam no ‘minning services' e no que se designa de ‘Oil & Gas’, como as norte-americanas Bechtel, Fluor e outras, integrando assim a mais elevada cadeia de valor no setor”, explicou fonte oficial da Mota-Engil, citada pelo Diário Económico. “São áreas em que cada vez mais queremos entrar, mas sempre na perspetiva de empresa construtora e se necessário num posicionamento de EPC (‘Engineering, Procurement and Construction') e não como operador ou promotor do projeto”, acrescentou.
De acordo com a mesma fonte, outro objetivo da Mota-Engil África é “replicar o portefólio de competências de engenharia e construção, ambiente, logística e energia que o grupo tem, aprofundado em África sempre que possível” para as áreas acima descritas. “São áreas de construção de maior complexidade técnica e maior valor acrescentado”, sublinhou.
Este concurso – à construção de um oleoduto entre o Quénia e o Uganda – surge na sequência de um primeiro processo ganho pela Tamoil East Africa Ltd, uma subsidiária da Libyan African Investment Portfolio (LAIP) de Muammar Khadaffi, ter sido cancelado após a queda do regime do ditador líbio.
O novo concurso contempla não só a construção do ‘pipeline' mas também de um depósito de abastecimento comum em Kampala, capital do Uganda. A entidade adjudicante, uma comissão coordenadora conjunta para os produtos petrolíferos refinados Quénia-Uganda, exige que os concorrentes ou líderes dos consórcios tenham uma receita anual equivalente a 500 milhões de dólares (368 milhões de euros), um requisito que a Mota-Engil cumpre.
A comissão irá decidir o vencedor com base em critérios como a solidez financeira dos concorrentes, retorno do capital empregue, liquidez e rácios de dívida, capacidade e experiências bem sucedidas na construção, operação e manutenção de infraestruturas similares, por exemplo.
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