Filomena Martinho Bacelar, a chefe da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) a quem é apontada a cotitularidade de duas contas na filial suíça do banco HSBC, tem uma imobiliária sediada no escritório de Ana Bruno & Associados. A advogada Ana Bruno garantiu, no entanto, que nada tem a ver com o esquema de branqueamento de capitais agora conhecido por SwissLeaks.
“No âmbito da sua atividade, a Ana Bruno & Associados constitui sociedades comerciais de direito português” e “confere a alguns dos seus clientes serviços de domiciliação de sociedades comerciais portuguesas na sua morada”, disse, em comunicado, a sociedade de Ana Bruno, contrariando “a ligação que está a ser feita pela comunicação social” entre aqueles seus serviços e o alegado processo SwissLeaks.
Segundo o Jornal de Notícias, à atenção dada pelos jornalistas a Ana Bruno não é estranho o facto de o seu nome já ter vindo a público quando rebentou o caso Monte Branco (2012), outro processo de branqueamento de capitais. Na altura, soube-se da ligação da advogada à gestora de fortunas Akoya e a clientes como, alegadamente, Álvaro Sobrinho. Também nessa altura, a advogada jurou inocência. De acordo com fonte que lhe é próxima, as autoridades nunca lhe fizeram quaisquer buscas, quer na sua casa em Cascais quer no escritório nas Amoreiras, em Lisboa.
A TVI avançou que Filomena Martinho Bacelar, o marido e outro familiar tinham duas contas no HSBC da Suíça, com 2,3 milhões de euros, associadas a duas sociedades "offshores" das Ilhas Virgens Britânicas, sendo que uma destas, a Bordel Investments Holdings Limited, era detentora de uma empresa sediada no escritório de Ana Bruno, a Searchouse Imobiliária Unipessoal, Lda.
Contactada pela publicação, Ana Bruno remeteu explicações para António Cunha Vaz, consultor de comunicação, que garantiu que “não há ligação entre a Bordel e a Searchouse”. Não negou, no entanto, que a segunda empresa pertença à chefe da IGF, uma das 611 pessoas portuguesas que terão metido dinheiro no HSBC da Suíça para, eventualmente, escaparem aos impostos. Já sobre a atividade da Searchouse, Cunha Vaz disse que era normal vender, comprar, arrendar e gerir casas.
Para poder comentar deves entrar na tua conta