O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção (STC), Albano Ribeiro, considera que o despedimento coletivo de 273 trabalhadores da Somague é a prova de que o “setor continua em crise”, adiantando que “a empresa não tinha outra solução”.
Segundo o responsável, que reuniu com os Recursos Humanos da Somague, “se não forem tomadas medidas a curto prazo, outras empresas terão de seguir o mesmo caminho”.
Em declarações à Lusa, Albano Ribeiro explicou que “as empresas não têm outra solução dada a situação factual”. O dirigente sindical salientou que a Somague teve 250 trabalhadores durante mais de um ano em casa, à espera do lançamento de novas obras, com um custo mensal de 150.000 euros.
A Somague vai despedir 273 trabalhadores no âmbito de uma reestruturação do grupo de construção e obras públicas, motivada pela retração do mercado da construção nos países onde opera, nomeadamente Angola, Moçambique e Brasil.
Fonte oficial da Somague confirmou que o despedimento coletivo de 273 trabalhadores se deve à reestruturação do grupo, que opera num mercado que tem sofrido “uma queda enorme e continuada”.
Para fazer face à queda no mercado nacional, o grupo apostou na expansão internacional, para países de língua oficial portuguesa, sobretudo Angola, Moçambique e Brasil, que entretanto também viram as suas economias afetadas.
No final de dezembro de 2014, o grupo Somague empregava 2.330 trabalhadores, número que se mantinha estável face ao ano anterior, refere o relatório e contas.
Angola foi o principal mercado da Somague em 2014, que tem vindo a sofrer com a crise do petróleo, enquanto o Brasil tem vindo a ganhar cada vez mais peso na carteira da construtora.
Segundo o relatório e contas, em 2014, a carteira da construtora foi a maior “de sempre”, alcançando os 1.110 milhões de euros.
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