
Os bens imobiliários da têxtil Coelima, sedeada em Guimarães, estão avaliados em 13,3 milhões de euros, segundo o auto de apreensão entregue no tribunal pelo administrador de insolvência da empresa, cujo processo se arrasta desde abril. O valor do ativo imobiliário, composto por 11 parcelas entre edifícios e terrenos, não cobre nem metade das dívidas de 29,5 milhões de euros identificadas na petição da insolvência, escreve o Público. Há duas propostas em cima da mesa para comprar a Coelima, da Felpinter e da Mundotêxtil.
Esta segunda-feira (31 de maio de 2021) decorreu um plenário de trabalhadores que se realizou à porta da fábrica, tendo sido ouvidas muitas críticas à gestão desta histórica fábrica de têxteis-lar. “A decisão de apresentar-se à insolvência só tinha uma finalidade: matar a Coelima”, disse, citado pela publicação, Francisco Vieira, trabalhador da empresa e coordenador do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, durante o encontro.
Segundo o Público, desde 2011 que a Coelima pertence a uma sociedade controlada pelo Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital. A Moretextile, como se chama, controla também outras duas empresas do mesmo ramo, a António Almeida e Filhos e a JMA Felpos, que está prestes a ser vendida a outro empresário local.
O pedido de insolvência da Coelima, entregue em abril, identificava dívidas de 29,5 milhões de euros, mais do dobro do valor do património imobiliário, composto por 11 parcelas entre edifícios e terrenos, e que foi identificado pelo administrador de insolvência. Cerca de 80% dessa dívida está nas mãos da Caixa Geral de Depósitos e do Banco de Fomento, duas entidades ligadas ao Estado.
Duas empresas na corrida à Coelima
Entretanto, as empresas Felpinter e Mundotêxtil, localizadas em Santo Tirso e Vizela e que têm 31 e 45 anos de experiência no setor têxtil, respetivamente, entregaram esta terça-feira (1 de junho de 2021) no tribunal de Guimarães uma proposta para comprar a fábrica Coelima.
De acordo com o ECO, as duas empresas, ambas da área dos felpos, que se assumem como “dois dos principais produtores mundiais de atoalhados de felpo e outros artigos têxteis”, juntam-se assim ao consórcio com sede em Guimarães, composto pelas sociedades R.TL., SA e José Fontão & Cia, Lda, que já formalizaram a intenção de adquirir a têxtil que conta com quase 100 anos de existência.
Nas duas propostas, a que a publicação teve acesso, a Felpinter e a Mundotêxtil dizem que “têm vindo a estabelecer negociações e contactos no sentido de apresentarem uma proposta de plano de insolvência que preveja uma solução de viabilização da Coelima e que assegure a existência e manutenção desta no mercado”. Ambas as empresas querem, assim, “relançar a atividade da Coelima e dotar o estabelecimento de meios que lhe permitam alcançar o seu equilíbrio económico-financeiro e, dessa forma, atuar no mercado, contribuindo para a concretização de novos negócios e fortalecimento do tecido empresarial”.
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