
A corrida à reprivatização da Efacec está ao rubro. Isto porque a Parpública - entidade que gere as participações do Estado - recebeu seis propostas vinculativas à reprivatização da Efacec dentro do prazo estabelecido, por parte de entidades nacionais e estrangeiras. A avaliação destas propostas vai decorrer nos próximos 10 dias, segundo anunciou a empresa.
“No âmbito do processo de reprivatização de 71,73% do capital social da Efacec Power Solutions, SGPS, S.A., a Parpública – Participações Públicas (SGPS), S.A. informa o mercado e o público em geral que recebeu, no prazo estabelecido, seis propostas vinculativas por parte de três entidades nacionais e três estrangeiras”, adiantou a empresa em comunicado.
Nos próximos 10 dias vai realizar-se a avaliação destas propostas, nos termos previstos no Caderno de Encargos anexo à Resolução do Conselho de Ministros n.º 107-A/2022, de 21 de novembro, indicaram ainda no mesmo documento.
Já em dezembro, a Parpública disse ter recebido manifestações de interesse de oito candidatos, nacionais e internacionais, à reprivatização da Efacec, empresa dos setores da energia, engenharia e mobilidade. Na corrida estavam fundos internacionais, como o alemão Mutares ou o norte-americano Oaktree. A nível nacional, a Mota-Engil, Visabeira e a Sodecia também revelaram interesse pela Efacec, conta o Jornal de Negócios.
Como a dívida da empresa de energia já ultrapassa os 270 milhões de euros, as seis entidades interessadas deverão exigir um perdão "substancial" do passivo e uma injeção financeira estatal, refere o mesmo jornal.
Injeções do Estado na Efacec serão "muito limitadas" se for privatizada em breve
No dia 9 de fevereiro, o ministro da Economia e do Mar afirmou estar convicto de que as injeções que o Estado ainda terá de fazer na Efacec serão “muito limitadas” se a empresa for privatizada dentro de um mês ou dois.
“Acredito que se completarmos o processo dentro de um mês ou dois, as injeções que temos de fazer na empresa, sobretudo ao nível da tesouraria, vão ser muito limitadas”, disse António Costa Silva, durante o debate de política setorial, no parlamento, quando questionado pelo PSD sobre o processo de venda Efacec.
António Costa Silva estimou: “Nesta altura cifram-se em cerca de 165 milhões de euros, entre as injeções de capital para a tesouraria e as garantias que foram dadas”, os encargos que o Estado já suportou com a Efacec. O governante assegurou que o executivo está “a trabalhar para assegurar” a “transação” da Efacec, realçando que “o Estado não é um bom acionista” para a empresa.
Foi em julho de 2020 que a Efacec foi nacionalizada, na sequência do Luanda Leaks que forçou a empresária angolana Isabel dos Santos a sair da empresa. Depois, o Estado decidiu que o melhor seria reprivatizar a empresa. Em outubro do ano passado, a venda da Efacec ao grupo DST esteve prestes a ser finalizada, mas não foi avante por não se terem verificado "todas as condições necessárias" à concretização do acordo de alienação, segundo informou o Governo na altura.
*Com Lusa
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