cada português vai pagar cerca de 3.900 euros este ano por conta das amortizações de dívida pública e em juros pelos créditos mais antigos, revelam os dados oficiais. o diário de notícias (dn) fez as contas e revela que a factura vai subir 435 euros por pessoa, quase 13% face a 2010
os portugueses vão desembolsar mais, quer pelos juros (mais 27% ou um total de 593 euros em 2011) quer pela dívida que tem de ser saldada (amortizada). segundo o dn esta última factura é a mais pesada: cada habitante terá de pagar 3.310 euros este ano, mais 10% do que em 2010
os cortes nos apoios sociais, nos salários da função pública, na prestação de serviços públicos, o congelamento de pensões e a forte subida de quase todos os impostos são as medidas que o estado anunciou para poder cumprir os compromissos assumidos, mas há agora uma possibilidade que está a preocupar os analistas e que pode vir a sair muito cara ao bolso dos portugueses: uma nova derrapagem nos custos das novas emissões de dívida
esta derrapagem sobrecarrega ainda mais os juros e as amortizações futuros e pôs em alerta o banco de portugal que, no boletim económico que divulgou esta semana, avisou para uma subida pronunciada (e acima do esperado) das taxas de juro de longo prazo
kenneth rogoff, professor de economia da universidade de harvard, alertou ontem no financial times que "o problema é que não se pode pedir às populações da grécia, irlanda, portugal e, talvez, espanha que sofram uma recessão indefinidamente para que os seus credores externos possam ser reembolsados"
outros analistas consideram ainda que os novos contratos de dívida soberana (os dois leilões realizados esta quarta-feira, por exemplo) estão a ser feitos a preços que não são sustentáveis por muito mais tempo, já que vão agravar ainda mais a factura com juros no futuro
esta quarta-feira, a emissão de obrigações do tesouro a dez anos foi contratada a um custo menor do que na operação do final do ano passado, reflectindo a acção do bce (que está no mercado a comprar títulos portugueses) e o anúncio de um défice público inferior a 7,3% no ano passado
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