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A casa de Paris [fotografia tirada a 11 de janeiro de 2011 para o Expresso] / FOTO ALBERTO FRIAS

O ex-primeiro-ministro José Sócrates, preso preventivamente e indiciado por fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais, garante que a casa onde morou inicialmente em Paris após se retirar da política ativa nunca lhe pertenceu. O apartamento onde José Sócrates viveu durante dois anos em Paris está situado no quarteirão de Passy, no coração do bairro número 16, que é o mais caro, mais conservador e mais fidalgo de Paris.

O ex-governante socialista diz que viveu efetivamente lá, mas o luxuoso apartamento da Avenue du Président Wilson foi-lhe emprestado pelo empresário Carlos Santos Silva, também em prisão preventiva no mesmo processo, escreve o Público.

“Num primeiro ano vivi num apartamento arrendado. Depois, de setembro de 2012 a junho de 2013, vivi num apartamento que me foi emprestado pelo meu amigo engenheiro Santos Silva que o comprou para o restaurar, arrendar ou vender, que é a situação atual dele. Saí quando começaram as obras. No princípio deste ano, depois de uns meses a viver com a família em hotéis, arrendei outro apartamento que mantenho atualmente como minha residência em Paris”, diz Sócrates.

Em causa estão algumas notícias recentes que o conotam com a compra da casa por cerca de três milhões de euros, apesar de formalmente o proprietário ser o amigo. As declarações de Sócrates foram feitas por carta à RTP na sequência de uma reportagem televisiva sobre o caso.

A missiva foi escrita durante o fim de semana em que foi realizado o congresso do PS, mas Sócrates apenas quis que o seu advogado, João Araújo, a divulgasse esta segunda-feira.

O antigo secretário-geral do PS aproveita ainda para garantir que não ficará em silêncio. “É certo que é difícil eu falar. Estou preso. Mas não lhes faço o favor de ficar calado”, salienta. Também esta segunda-feira, João Araújo, rejeitou a informação de que foi Sócrates quem avisou a SIC de que iria ser detido à chegada ao aeroporto de Lisboa. Essa informação “é uma manobra” para prejudicar a defesa, disse o jurista. 

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