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Mais de um quarto das câmaras empolaram receitas com património em 2014
GTRES

Em 2014, houve 84 autarquias – em 308 – que empolaram as receitas com venda de património para conseguirem justificar mais despesa. A atual Lei das Finanças Locais tenta evitar a sobreavaliação de receitas, mas esta avaliação foi feita pela primeira vez no ano passado. As autarquias que este ano voltarem a fazê-lo são sinalizadas junto do Ministério das Finanças e do secretário de Estado da Administração Local.

Em causa estão dados que constam no relatório preliminar do estudo de monitorização das receitas e das despesas dos municípios, encomendado pelo Governo à Universidade do Minho e que foi apresentado na sexta-feira, dia 12.

“Constata-se que muitos municípios realizam, persistentemente, uma sobre-orçamentação destas receitas [de venda de bens de investimento], prevendo repetidamente vendas de terrenos e edifícios que não se concretizavam”, lê-se no relatório, a que o Diário Económico teve acesso.

Segundo a publicação, este mecanismo, que empolava as receitas orçamentadas, servia para acomodar despesas que as câmaras municipais desejavam fazer.

Na última alteração à Lei das Finanças Locais, o Governo decidiu incluir uma norma para dissuadir as câmaras de usar este expediente. Quando a taxa de execução das receitas fica abaixo de 85%, em dois anos seguidos, as câmaras são sinalizadas ao ministro das Finanças e ao secretário de Estado da Administração Local. São também notificados os presidentes de câmara e de assembleia legislativa. Para respeitar as regras, os municípios não podem orçamentar receitas respeitantes à venda de imóveis em montante superior à média das receitas arrecadadas com a venda de imóveis nos últimos 36 meses.

Esta norma entrou em vigor pela primeira vez em 2014 e, por isso, os resultados do ano passado e de 2015 serão os primeiros a poder desencadear o sistema de alerta.

“Apesar de a execução das receitas ter aumentado ao longo do tempo, em 2014 ainda havia 84 municípios que não executavam metade da receita orçada e só 90 executavam pelo menos 90%”, explicam os autores do estudo.

De referir, no entanto, que o número de municípios que empolou receitas diminuiu bastante face a 2013: de 134 para as já referidas 84 autarquias 

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