
O mercado do imobiliário está a mudar no Algarve, com uma transformação a nível da procura de localizações geográficas e tipologias das casas. A grande força de motivação é a chamada geração dos millennials, que na hora de comprar um imóvel valoriza a cultura, o património, a gastronomia, a natureza e as tradições, e não apenas o destino de sol e mar, a que tradicionalmente a região sul é associada.
Há “seguramente uma maior procura de imobiliário que é transversal a todos os concelhos” do Algarve", declara Reinaldo Teixeira, presidente da Garvetur, grupo sediado em Vilamoura e que integra 38 empresas na área de mediação, investimento, construção ou manutenção. Citado pelo Expresso, o gestor diz que “temos consumidores mais informados e a geração millennial influencia as escolhas. Há maior interesse por experiências diferenciadas.”
Geração millennial na base da mudança
Neste contexto, cidades como Faro e Olhão, zonas com maior incidência do residencial do que do turismo, estão a ver as zonas históricas mexer, tanto no que diz respeito a segundas habitações como a alojamento local.
Já nos concelhos de Tavira, Vila Real de Santo António, mas também Castro Marim e Alcoutim, o que atrai são “as zonas ambientais preservadas, as vivências muito genuínas e menos pressionadas pela ocupação turística sazonal e, sem dúvida, os preços mais convidativos que proporcionam uma qualidade de vida invejável”, aponta o responsável.
A empresa, que faturou 32 milhões de euros em 2016 (a venda de propriedades cresceu 20% face a 2015), tem notado “um grande crescimento de franceses e estão a surgir clientes dos países nórdicos e do Canadá. E há uma grande animação nos mercados tradicionais, como a Irlanda e o Reino Unido, assim como no mercado nacional”.
Em Olhão as casas já valem o dobro
Um estudo recente do Confidencial Imobiliário, que reúne dados sobre o setor, dava conta de que, depois de Lisboa, foram os concelhos de Faro e Olhão aqueles que mais viram os preços das casas valorizar: cresceram 45%, 31% e 26%, respetivamente, no terceiro trimestre de 2016. Faro e Olhão valorizaram mais até do que Cascais (24%); em Loulé os preços subiram 23%, em Albufeira 20%, em Tavira 17% (o mesmo que o Porto) e em Vila Real de Santo António 16%.
O índice de preços residenciais cresceu 14,5% no Algarve e o metro quadrado alcançou os 1853 euros. Lagos, Vila do Bispo, Albufeira e Loulé são os concelhos mais caros (entre os 2560 euros e 2150 euros). Os valores do Sotavento ainda estão longe, mas a crescer: o metro quadrado em Vila Real de Santo António vale 1645 euros, em Olhão 1630 euros, em Tavira 1560 euros e em Faro 1488 euros.
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