A moda do interiorismo “inacabado” sem que a casa pareça em ruínas

Parquet recém-cortado, paredes brancas imaculadas, candeeiros de estilo escandinavo... E eis que surge uma nova casa de sonho. Acrescentam-se os modelos mais recentes de móveis e eletromésticos, sem esquecer de assegurar que a instalação de água está boa e 'voilá': um lugar perfeito para viver.

Mas às vezes há casas que não cumprem estes preceitos, o que não significa que estejam a desmoronar-se. Pilares sem reboco, canos à vista nas paredes... Trata-se de um estilo “dilapidado” que já reúne muitos adeptos. Mas há uma pequena diferença entre adotar esse estilo e fazer com que a casa pareça estar a precisar efetivamente de uma remodelação. Para isso damos-te vários truques.

1. Não pintes as paredes

Uma das características das paredes deste tipo de casas é mostrar o material com o qual elas são feitas. Pode ser visto o tijolo, um clássico em fachadas, ou o betão armado em pilares ou paredes, num cinza industrial que pode ser bonito.

É o que podemos ver em apartamentos como o Setayaga Flat, do estúdio japonês de Naruse Inokuma. Estas paredes e tetos dão a sensação de que este apartamento renovado precisa de uma pintura, sendo precisamente essa a intenção dos designers. O interior transmite a sobriedade (a decoração é mínima) e uma beleza única. Inokuma acrescentou pisos de madeira que combinam com o cimento e portas de correr de madeira que separam os quartos e que parecem vir já de origem.

2. Aplica verniz ou laca nas superfícies

E para fazer com que a casa pareça ter um interior negligenciado, mas sem ninguém acreditar que está a cair aos bocados, é melhor proteger alguns materiais com uma camada de verniz ou laca. Não só durarão mais, mas também permitirão a sua preservação, caso materiais antigos estejam descobertos.

O arquiteto suíço Gus Wüstermann, residente em Barcelona, ​​projetou a sua casa com esses preceitos. Para proteger o papel de parede daquele apartamento, o arquiteto aplicou-lhe verniz. Além disso, deixou à vista as diferentes modificações que foram feitas na estrutura.

3. Cabos e tubos visíveis

Porque, de facto, outra maneira de alguém se juntar a esta moda de design de interiores inacabado é justamente não fazer uma remodelação completa. Foi o que a arquiteta sueca Karin Matz fez num apartamento em Estocolmo. Neste apartamento, a remodelação começou nos anos 80, mas o dono morreu e tudo ficou a meio: havia papel nas paredes e azulejos na casa de banho.

Alguns papéis de parede e pintura foram retirados, mas também foram adicionados cabos elétricos que não entram nas paredes, mas que ficam no exterior. Dá a sensação de que precisam de ser arranjados, mas é aí que reside a originalidade.

E quem diz fios visíveis diz tubos visíveis. Entre as vantagens de deixá-los a “olho nú”, estão a economia no orçamento (não é necessário cobri-las) e a facilidade de acesso se houver algum problema. Quando pensares em deixá-los à vista, tens de considerar se eles combinam com o resto da decoração (lâmpadas, cor das paredes ...).

4. Estética inacabada

Talvez mesmo não sendo a ideia original, adotar o design de interiores inacabado também pode ser uma maneira de tornar a casa mais habitável. Por exemplo, acrescentando luz. Foi o que o arquiteto japonês Jo Nagasaka fez com uma casa de dois andares em Tóquio. Removeu as paredes dos quartos e deixou os pilares de madeira expostos. 

O mesmo foi feito pelo Suppose Design House. Vejamos este andar, com chão de madeira e paredes cinzentas e minimalistas, em que se destaca uma parede de madeira disposta a realçar a estética “ruinosa”.

Em suma, com pouco orçamento, podes ter uma casa diferente, que lembra a arquitetura industrial e, ao mesmo tempo, surpreende. E se te cansares disso, saberás que com uma camada de tinta e outra camada de gesso poderás começar de novo.