Francisco Grácio, CEO da PortugalRur espera que 2021 seja o melhor ano de sempre da empresa, em 21 anos de atividade. Pandemia e regras dos vistos gold impulsam negócio.
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“A procura de imóveis rurais é cada vez maior e a oferta mais escassa, os preços vão disparar”
PortugalRur

Com a pandemia da Covid-19, há cada vez mais famílias a mudarem-se “de malas e bagagens, abandonando as cidades” para irem viver para lugares “onde encontram ar puro, natureza, tranquilidade, segurança e, obviamente, uma maior qualidade de vida”, conta Francisco Grácio, CEO da PortugalRur, em entrevista ao idealista/news.

A alteração das regras do regime dos vistos gold, que a partir de 2022 passa a privilegiar o investimento no interior e nos territórios de baixa densidade, deverá levar a um aumento ainda maior na procura de imóveis rurais, especialmente, por parte dos estrangeiros.

Este movimento, consequentemente acompanhado por uma maior escassez de oferta, pode vir a fazer com que os preços "disparem" nesta gama de produto, inflacionando assim todo o mercado imobiliário rural. 

“A procura de imóveis rurais é cada vez maior e a oferta mais escassa, os preços vão disparar”
PortugalRur

De que forma a situação de pandemia está a ter impacto na atividade da empresa e na sua forma de atuar?

Tivemos todos os nossos colaboradores e consultores regionais em teletrabalho e 'lay-off', o que não permitiu, durante uma boa parte do ano, realizar visitas físicas aos imóveis. Ainda assim, aproveitando da melhor forma alguns períodos curtos de desconfinamento, foi possível crescer 43% face ao 2019, no que concerne ao volume global de vendas.

Considera que este tipo de acontecimentos está a alterar as preferências das pessoas, privilegiando outros modos de vida ligados com o meio rural?

Sem dúvida alguma. Sentimos de uma forma, cada vez mais crescente, que os imóveis rurais têm vindo a merecer, por parte dos nossos clientes nacionais e estrangeiros, uma maior e inequívoca preferência.

Começaram já a mudar-se de malas e bagagens, abandonando cada vez mais as cidades, zonas massivamente urbanas, mais poluídas e naturalmente mais inseguras, para virem viver para o campo, para os territórios de baixa densidade, arrastando consigo toda a família, casais e filhos, para lugares onde encontram ar puro, natureza, tranquilidade, segurança e obviamente uma maior qualidade de vida.

“A procura de imóveis rurais é cada vez maior e a oferta mais escassa, os preços vão disparar”
PortugalRur

Em 2020, durante uma boa parte do ano, não foi possível realizar visitas físicas aos imóveis. Ainda assim, aproveitando da melhor forma alguns períodos curtos de desconfinamento, crescemos 43% face ao 2019, em volume global de vendas.

Permita-me ainda sublinhar que antevejo que estas escolhas e opções tendem aumentar de uma forma muito significativa, com a implementação, cada vez mais crescente, do teletrabalho e também pelo fato de poderem, direta e permanentemente, estarem ligados às suas atividades e aos negócios, a partir da sua casa rural, do seu monte alentejano, da sua quinta, ou da sua herdade, mergulhados no campo, com ligação permanente por internet para o mundo.

Neste momento qual é a situação relativa à procura?

A procura tem vindo a crescer gradualmente, perspetivando-se um ‘boom’ logo que o desconfinamento assim o permita. Os imóveis mais procurados são as herdades, quintas, montes e as casas rurais.

“A procura de imóveis rurais é cada vez maior e a oferta mais escassa, os preços vão disparar”
PortugalRur

Qual é a evolução dos preços?

Os preços de venda dos imóveis rurais por enquanto estão estáveis, todavia, creio que, com o evoluir da procura e perante uma oferta cada vez mais escassa e difícil, os preços venham a disparar, inflacionando dessa forma todo o mercado do imobiliário rural.

Em relação à oferta qual é a situação?

Receio que a oferta decresça gradualmente, face à crescente procura e também muito pelo fato de existirem cada vez mais players/agências a disputar este tipo de mercado.

Muitos deles seriamente impreparados, ainda em fase de iniciação, e completamente desenquadrados, deste mundo rural que nos rodeia.

Desde logo, confrontando-se com deslocações mais extensas face ao urbano, com documentação algo desatualizada e rodeada de grande complexidade documental.

A procura tem vindo a crescer gradualmente, perspetivando-se um ‘boom’ logo que o desconfinamento assim o permita. Os imóveis mais procurados são as herdades, quintas, montes e as casas rurais.

Existe muita oferta com as características e preços ajustados à procura?

Por enquanto vai existindo. Mas julgo que será somente por enquanto, porque este estado de coisas, vai mudar, e com grande celeridade.

A maior apetência pela província está a levar ao aumento dos preços da oferta?

Por agora ainda não verificamos esse fenómeno. Todavia começam a surgir um conjunto de fatores originados muitos deles pelo confinamento pandémico e pela implementação do Golden Visa, agora especialmente decretado para o interior e para os territórios de baixa densidade, acabando por resultar uma maior procura, face a uma oferta cada vez mais reduzida, especialmente, por estrangeiros.

 

“A procura de imóveis rurais é cada vez maior e a oferta mais escassa, os preços vão disparar”
PortugalRur
Qual é o conselho que deixa tanto para proprietários como para os potenciais compradores?

Para os proprietários, deverão agora aproveitar esta tendência de mercado, abstendo-se de esperar por dias melhores ou por uma expectável subida de preços, que poderá vir a alterar as opções de escolha, empurrando os clientes para outras regiões do país, menos inflacionadas.

Qual é, neste momento, a carteira de propriedades da PortugalRur?

Temos um conjunto de propriedades para venda, em várias regiões do país, com maior predominância para o Alentejo, Estremadura, Região Oeste, Lisboa e Beira Interior.

Destaco algumas quintas no Douro e norte de Portugal. Na realidade, temos propriedades para todo o tipo de finalidades e de valores.

As herdades, quintas e montes alentejanos são as que registam maior representatividade. Quase diariamente, a nossa carteira sofre acréscimos de novos imóveis e a diminuição por parte de outros, que vão sendo reservados e vendidos.

Quais são as regiões do país mais procuradas para aquisição de propriedades?

Sobretudo o Alentejo, Estremadura, Ribatejo, Lisboa, Zona Oeste e Beira interior.

Essas regiões apresentam oferta disponível?

Por enquanto sim. Mas estou perfeitamente convicto de que a situação terá alguma tendência a reduzir-se.

Quase diariamente, a nossa carteira sofre acréscimos de novos imóveis e a diminuição por parte de outros, que vão sendo reservados e vendidos.

Qual o balanço que faz da atividade da PortugalRur em 2020?

Apesar de estarmos a viver um momento particularmente difícil, quer no país quer no mundo, devido à pandemia que nos assola, que veio criar instabilidade e insegurança ao nível das nossas economias, porém, a PortugalRur, felizmente parece ter sido uma exceção à regra.

Qual é a sua expetativa para 2021 em relação ao mercado imobiliário?

Pelo volume de vendas já verificado no primeiro trimestre, tudo nos leva a crer que poderá vir a traduzir-se no melhor ano de sempre da PortugalRur, no decorrer dos seus 21 anos de atividade.

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