Censos 2021 mostram que crescimento do parque habitacional entre 2011 e 2021 foi muito menor que na década passada.
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Casas em Lisboa
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Lusa

Portugal registou “um ligeiro crescimento” dos edifícios e alojamentos para habitação, mas a “ritmo bastante inferior” ao de décadas anteriores, sendo 70% dos alojamentos ocupados pelo proprietário, mas tendo o arrendamento aumentado 16% face a 2011, segundo o INE.

De acordo com os Resultados Provisórios dos Censos 2021, divulgados esta quinta-feira (dia 16 de dezembro de 2021) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), “o número de edifícios destinados à habitação é de 3.573.416 e o de alojamentos de 5.981.485, valores que, face a 2011, representam um aumento de 0,8% e 1,7%, respetivamente”.

casas de família
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O INE nota que “o crescimento do parque habitacional entre 2011 e 2021 é significativamente inferior ao verificado na década anterior, quando os valores se situavam na ordem dos 12% para edifícios e os 16% para alojamentos”.

Em que zonas do país se registou maior ou menor oferta de casas para viver na última década 

Em termos regionais, a Região Autónoma dos Açores e o Algarve são as regiões que registaram “os maiores acréscimos” no parque habitacional, com o número de edifícios destinados à habitação a crescer 1,7% e 1,1% e os alojamentos 3,3% e 3,2%, respetivamente.

O Algarve tinha já sido a região com o maior crescimento do parque habitacional na década anterior.

Número de casas aumenta, mas a "ritmo bastante inferior" - diz o INE
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Nos últimos 10 anos, o número de alojamentos destinados à habitação aumentou em 72% dos municípios portugueses (221 municípios), destacando-se a Madalena (Açores), Vizela, Campo Maior e Lousada com o maior aumento, com valores situados entre os 14,4% e os 7,4%.

Em contrapartida, Tarouca, Penela e Coruche foram os municípios onde se verificaram “os decréscimos mais significativos”, com o número de alojamentos a variar entre os -10,0% e -4,6%.

Que tipologias têm os edifícios para habitação?

Os resultados provisórios do Censos2021 apontam ainda que os edifícios com apenas um alojamento representam a maioria (87,6%) do parque habitacional, seguindo-se os edifícios com dois a quatro alojamentos (7,5%).

Os edifícios de maior dimensão, com 10 ou mais alojamentos, correspondem apenas a 2,3% dos edifícios para fins habitacionais.

Em 2021, o número médio de alojamentos por edifício em Portugal é de 1,7, valor que se mantém desde 2011.

A Área Metropolitana de Lisboa é a região que apresenta o valor mais elevado - 3,3 alojamentos por edifício -, enquanto nos Açores e no Alentejo se registam os valores mais baixos: 1,1 e 1,2, respetivamente.

parque habitacional de Lisboa
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“A análise por município evidencia um contraste entre o litoral e o interior do país, registando-se o número médio de alojamentos por edifício mais elevado nos municípios da Área Metropolitana de Lisboa e da Área Metropolitana do Porto, assim como na maioria das sedes de distrito”, destaca o INE.

Amadora, Lisboa, Oeiras e Odivelas são os municípios que apresentam os valores mais elevados na dimensão média dos edifícios, entre sete e 4,2 alojamentos por edifício. No extremo oposto, com os valores mais baixos destacam-se os municípios do Nordeste, Mora e Vimioso.

Há mais casas para viver do que casas de férias

Os dados do Censos 2021 evidenciam ainda um ligeiro reforço na última década do peso da primeira habitação, em detrimento das residências secundárias, distribuindo-se assim os alojamentos familiares clássicos: 4.143.043 residências habituais, 1.104.398 residências secundárias ou de uso sazonal e 723.214 alojamentos vagos.

No período, também a forma de ocupação dos alojamentos familiares sofreu “ligeiras alterações”, com os alojamentos destinados a primeira habitação a aumentarem 1,3 pontos percentuais, para 69,4% do total, as residências secundárias a perderem importância relativa em 0,8 pontos percentuais e a proporção de alojamentos vagos a decrescer 0,4 pontos percentuais.

prédio
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A nível regional, a Área Metropolitana de Lisboa é a região com a maior percentagem de alojamentos de residência habitual (79,6%) e a menor percentagem de residências secundárias (9,7%).

Pelo contrário, o Algarve, com 38,6%, destaca-se como a região com maior peso das residências secundárias, seguindo-se o Centro e o Alentejo, com 23,8% e 22,0%, respetivamente.

No que respeita aos alojamentos vagos, a região do Alentejo regista a maior percentagem (16,5%), em oposição ao Norte do país, que tem o menor peso relativo (10,3%).

Casa própria perde força e há mais arrendamento

Da análise do INE resulta também que “70% dos alojamentos em Portugal são ocupados pelo proprietário, embora a sua importância relativa tenha diminuído” ao longo das últimas décadas, e, em contrapartida, o número de alojamentos arrendados tenha aumentado 16% nos últimos 10 anos.

Assim, em 2021 a importância relativa dos proprietários decresceu 3,2 pontos percentuais face a 2011 e 5,7 pontos percentuais comparativamente a 2001.

Por sua vez, os alojamentos ocupados em regime de arrendamento representam 22,3% do total e viram a sua importância reforçada em 2,4 pontos percentuais face a 2011.

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casas no Algarve Photo by Vini Andrade on Unsplash

Quanto aos alojamentos em outra situação de ocupação (onde se incluem, por exemplo, as cedências de habitação por empréstimo), correspondem em 2021 a 7,7% dos alojamentos de residência habitual.

Por NUTS II, o Centro apresenta a maior percentagem de alojamentos ocupados pelo proprietário (77,3%) e a proporção de alojamentos arrendados mais baixa (15,8%).

Já a Área Metropolitana de Lisboa destaca-se por ser o território onde o regime de arrendamento tem “maior expressão”, com 29,2% dos alojamentos ocupados por arrendatários, seguida do Algarve (23%) e do Norte (22,2%).

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