Já o número de novos contratos de arrendamento caiu 3,3% nos últimos três meses de 2022 face ao período homólogo, revela o INE.
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Renda das casas mais caras
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O mercado de arrendamento continua dinâmico em Portugal. Mas a falta de oferta para a alta procura tem elevado cada vez mais os preços das casas. É isso mesmo que mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE): a renda das casas subiu 10,6% entre o quarto trimestre de 2022 e o período homólogo, fixando-se em 6,91 euros por metro quadrado (euros/m2) no final do ano passado. E também os negócios tem vindo a refletir este desequilíbrio no mercado: o número de novos contratos de arrendamento registou uma queda de 3,3% face ao mesmo período de 2021.

“No quatro trimestre de 2022, a renda mediana dos 22.628 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares em Portugal atingiu 6,91 euros/m2. Este valor representa um aumento de 10,6% face ao período homólogo de 2021, sendo a variação homóloga mais elevada desde o segundo trimestre de 2021”, destaca o INE no boletim publicado esta quarta-feira, dia 29 de março. Já face ao trimestre anterior, a renda mediana aumentou 5,3%.

A subida dos preços das casas para arrendar é, sobretudo, justificada pela lei da oferta e da procura. Ou seja, como em Portugal há uma escassa oferta de casas para arrendar perante um interesse crescente, os preços sobem. É precisamente com o objetivo de aumentar o número de casas para arrendar que o Governo de António Costa desenhou várias medidas no Mais Habitação, que vão ser esta quinta-feira aprovadas em Conselho de Ministros. 

O facto de haver falta de stock de habitações para arrendar pode também ajudar a explicar as limitações existentes nos negócios neste mercado. Os dados mais recentes do INE revelam que foram assinados um total de 22.628 novos contratos de arrendamento no final de 2022, o que representa “uma diminuição da atividade de arrendamento de -3,3%” em termos homólogos. Face ao trimestre anterior, a diminuição de novos contratos de arrendamento foi ainda mais significativa (-6,5%).

Rendas das casas ficam mais caras na maioria das sub-regiões – contratos caem em 9

A renda das casas aumentou em todas as sub-regiões do país em termos homólogos, com destaque para Trás-os-Montes (26,9%). Já face ao trimestre anterior, a renda das casas aumentou em 19 das 25 sub-regiões: foi a Região Autónoma dos Açores (+26,1%) onde as rendas mais aumentaram e foi no Alentejo Litoral (-13,4%) onde foi observado o decréscimo mais expressivo destes valores.

As rendas mais elevadas registaram-se na Área Metropolitana de Lisboa (10,38 euros/m2), Algarve (8,06 euros/m2), Área Metropolitana do Porto (7,62 euros/m2) e Região Autónoma da Madeira (7,54 euros/m2). Tal como em anteriores trimestres, as Terras de Trás-os-Montes (2,69 euros/m2) registou a menor renda mediana por m2 nestes novos contratos.

Quanto ao número de novos contratos de arrendamento, observou-se uma queda homóloga em 9 das 25 sub-regiões portuguesas, incluindo Área Metropolitana do Porto (-10,7%), Região de Coimbra (-5,9%), Área Metropolitana de Lisboa (-5,7%) e os Região Autónoma dos Açores (-1,9%), por exemplo. Mas também houve regiões onde se registaram subidas do número de novos contratos de arrendamento, como a Região Autónoma da Madeira (+24,5%), Médio Tejo (+24,2%), Alentejo Litoral (+14,0%), destaca o INE.

Casas par arrendar tão mais caras em todos os municípios com mais de 100 mil habitantes

As casas para arrendar ficaram mais caras entre o final de 2022 e o período homólogo nos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes. Os maiores crescimentos das rendas das casas foram observadas em três municípios da Área Metropolitana de Lisboa: Oeiras (+23,9%), Lisboa (+22,4%) e Cascais (+21,0%). As subidas menos expressivas foram observadas em Vila Franca de Xira e Odivelas.

Também é precisamente nestes municípios onde é mais caro arrendar casa: em Lisboa custa 14,13 euros/m2, em Cascais 13,66 euros/m2 e em Oeiras 12,65 euros/m2. O Porto é o quarto concelho onde é mais caro arrendar uma habitação (10,64 euros/m2). Já os municípios que têm rendas mais acessíveis deste conjunto são Guimarães (4,8 euros/m2), Barcelos (5 euros/m2) e Santa Maria da Feira (5,08 euros/m2).

No que diz respeito aos novos contratos de arrendamento, salta à vista que houve uma queda homóloga em 19 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, com Coimbra, Braga e o Porto a liderar as quedas. O número de novos contratos só subiu no Funchal (19,8%), em Setúbal (7,1%), Guimarães (4,7%), Seixal (2,5%) e Vila Franca de Xira (0,8%). Em Vila Nova de Famalicão não foi registada qualquer evolução.

Sem surpresa, foi em Lisboa, no Porto e em Sintra onde foi fechado o maior número de contratos de arrendamento na reta final de 2022. Já Barcelos, Vila Nova de Famalicão e Santa Maria da Feira foram os concelhos onde foi registado o menor número de contratos, mostram os dados.

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