Sem as amortizações para aliviar os encargos com a casa, a taxa de poupança das famílias seria quase o dobro.
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crédito da casa
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A taxa de poupança das famílias está próxima de mínimos históricos. Mas esta realidade esconde uma outra: a almofada criada durante a pandemia tem sido utilizada para aliviar os encargos com a casa. Há quem esteja a canalizar a poupança para reduzir a dívida ao banco e abater no crédito habitação. Sem amortizações, a taxa de poupança seria quase o dobro.

A taxa de poupança no ano terminado no segundo trimestre de 2023 representava 5,7% do rendimento disponível das famílias portuguesas, um pouco melhor do que no trimestre anterior, mas muito próximo dos mínimos históricos. “Mas estes números à primeira vista pouco animadores escondem decisões das famílias na utilização das poupanças acumuladas durante a pandemia que vão para além da sua utilização para contornar o ambiente de inflação mais elevada a que assistimos desde o ano passado”, começa por analisar o BPI no seu boletim mensal.

Desta utilização, diz o BPI, destaca-se a “decisão de amortização de crédito para compra de casa própria, que desde o início de 2022 até junho de 2023, ascendeu a 11,3 mil milhões de euros”. “Se as famílias tivessem optado por preservar este valor sob a forma de poupança, teríamos a taxa de poupança em 10,4%, praticamente o dobro da taxa de poupança oficial e muito próxima do que era a taxa de poupança no início de 2020”, acrescenta.

Segundo o relatório da instituição financeira, a opção pela amortização antecipada de empréstimos para compra de casa tem vindo a aumentar desde o início de 2022, tendo atingido os 4,8 mil milhões no primeiro semestre de 2023, depois de no primeiro e segundo semestres de 2022 ter atingido os 3,1 e 3,4 mil milhões de euros, respetivamente.

“A preferência das famílias reflete por um lado, o encarecimento do custo dos empréstimos, maioritariamente contratados a taxa variável, não acompanhado pela remuneração dos depósitos bancários, principal instrumento de poupança das famílias”, indica o BPI.

Para o banco, a “redução da poupança das famílias explicada pelo reembolso antecipado de empréstimos é sem dúvida uma boa notícia, reduzindo a pressão sobre os orçamentos familiares resultante do encarecimento dos custos com o serviço da dívida, que estas continuarão a enfrentar em 2024”.

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