Conhece tudo o que precisas saber sobre a Mpox e as recomendações contra o risco crónico do vírus que está a preocupar o mundo.
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varíola Mpox
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O que é a Mpox? Como é que se propaga esta infeção? Porque razão foi declarada emergência sanitária mundial? São várias as perguntas que, nos últimos dias, têm colocado a sociedade em alerta, tendo em conta o novo surto de Mpox declarado pela Organização Mundial da Saúde. 

Para que te mantenhas atento, apresentamos respostas às principais questões sobre esta varíola e reunimos ainda alguns cuidados a ter para evitar o contágio.  

O que é a Mpox e como se transmite?

A Mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos (ou Monkeypox), é uma doença zoonótica, quer isto dizer que se trata de uma infecção transmitida de animais para humanos, provocado pelo vírus Monkeypox (VMPX). O reservatório natural do vírus são os roedores, mas outras espécies de mamíferos também podem servir como hospedeiros. Além da transmissão entre animais e humanos, a Mpox espalha-se entre humanos, o que tem gerado preocupações mundiais. 

Segundo o Instituto de Higiene e Medicina Tropical, a transmissão da varíola acontece por contato direto com lesões na pele ou mucosas (ocular, nasal, oral, genital, anal) de uma pessoa infetada. Além disso, acontece por contacto físico durante as relações sexuais e, inclusive, por objetos contaminados, como simples peças de roupas. 

Porque foi declarada a emergência sanitária global da Mpox? 

Em julho de 2022, a OMS declarou a Mpox como emergência sanitária global após uma nova variante do vírus, inicialmente identificada na República Democrática do Congo, se ter espalhado por outros países. Esse alerta durou até maio de 2023. 

No entanto, a infeção não tem dado tréguas e continua a ser registada na República Democrática do Congo, com mais de 27 mil casos e 1.100 mortes desde o início de 2023 (o maior surto de sempre). Neste país, estão agora confirmadas duas variantes do vírus: a "clade Ia" e uma nova ramificação designada "clade Ib". Esta última espalhou-se para outros países africanos, nomeadamente Ruanda, Uganda, Burundi e Quénia. Pelo mundo fora, o alerta está dado e países como a Suécia ou o Paquistão também confirmaram casos de Mpox. 

Quais são os principais sintomas da Mpox?

febre alta no termómetro
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A Mpox é uma infeção que causa sintomas idênticos aos da gripe. Os principais sintomas são:

  • Erupções na pele, que começam como manchas planas e evoluem para pequenas bolhas ou feridas e que podem durar de 2 a 4 semanas. As úlceras e crostas que eventualmente caem; 
  • Dores de cabeça, cansaço, dores musculares e gânglios linfáticos bastante inchados; 
  • Inflamação no reto, causando desconforto adicional; 
  • Inflamação nos orgãos genitais, o que leva à dificuldade em urinar; 
  • Febre alta e mal estar geral no corpo.

O maior risco de infeção de Mpox acontece em crianças, grávidas e pessoas com baixo sistema imunitários, como pessoas infetadas com VIH. A infecção é ligeira, mas nestes grupos de risco pode ser fatal. 

Existem vacinas para a Mpox? E em Portugal?

vacinação
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Já em 2022 a OMS solicitou 34 milhões de dólares para a prevenção da Mpox, mas sem resultados, provocando desigualdades no acesso às vacinas para os países africanos. Dois anos depois, continuam as desigualdades, apesar da tentativa de fazer chegar as duas vacinas - da Bavarian Nordic e KM Biologics - a esse continente. 

Recentemente, a Bavarian Nordic anunciou que pode produzir até 10 milhões de doses de vacina para a Mpox até 2025, com 2 milhões disponíveis ainda este ano. A Gavi, por sua vez, destinou 500 milhões de dólares para a distribuição de vacinas nos países africanos. O Congo, onde o surto é grave, receberá as primeiras doses com suporte dos Estados Unidos e Japão.

Quanto à situação da Mpox em Portugal, há dois anos foi disponibilizada a utilização da vacina para a Mpox pelo Infarmed. Desde então contam-se mais de 9.300 pessoas vacinadas, mas apenas 1.135 tomaram a vacina em 2024. Só este ano, confirmam-se 17 casos de mpox em Portugal e duas mortes a lamentar. Atualmente, o antiviral Tecovirimat é indicado para tratar a doença.

Cuidados a ter nos próximos tempos para prevenir a mpox? 

avião pelos ares
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A prevenção da Mpox passa por: 

  • Evitar o contacto próximo com pessoas infetadas ou que apresentem lesões cutâneas: deves manter uma distância de segurança e evitar ao máximo o contato físico direto, especialmente com áreas afetadas da pele, para reduzir o risco de transmissão do vírus; 
  • Não partilhar objetos pessoais, que possam estar contaminados: determinados objetos, como toalhas, roupas, escova de dentes, pentes são vetores de transmissão, portanto, usa apenas os teus objetos pessoais. Estes devem ser lavados regularmente para desinfeção constante, sobretudo quando partilhas o espaço com uma pessoa infetada; 
  • Desinfetar as mãos e usar máscaras ao interagir com casos suspeitos de Mpox: A higiene das mãos com água e sabão ou álcool em gel, juntamente com o uso de máscaras, é fundamental para prevenir a transmissão da Mpox. Deves desinfetar também superfícies com luvas, máscara e produtos de limpeza específicos, como os que utilizaste durante a COVID-19;
  • Evitar frequentar saunas e locais onde o risco de contágio pode ser maior: locais fechados, quentes e isolados, como saunas, facilitam a transmissão do vírus Mpox, especialmente em ambientes com grande proximidade entre pessoas e contato de pele com pele; 
  • Cuidado extra ao escolher destinos turísticos, especialmente em áreas onde há surtos ativos de Mpox: antes de viajar, informa-te sobre a situação epidemiológica do destino e considera adiar viagens para regiões com risco elevados de infeção. Caso não consigas evitá-lo, nomeadamente quando estás em viagem de trabalho, é recomendável contactar o médico de família e marcar a consulta do viajante. 

O tratamento da Mpox concentra-se em manter a hidratação e aliviar sintomas como dor e febre. Nos casos mais alarmantes, pode ser necessário hospitalização e isolamento.

A OMS divulgou recomendações temporárias para combater os surtos, com efeito até 20 de agosto de 2025. Para além de todos os cuidados, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus recomenda o reforço do financiamento nacional e da captação de fundos externos para o combate ao vírus e o apoio clínico, nutricional e psicossocial permanente para pacientes com Mpox. 

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