Seriam precisas mais 12 mil camas em Lisboa e no Porto para alinhar com a média europeia, revela estudo da Cushman & Wakefield.
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Apesar do aumento de 6% no número de camas disponíveis em Lisboa e no Porto, a taxa de oferta (rácio camas/estudante) mantém-se abaixo da média europeia de 12%, revela um estudo recente da Cushman & Wakefield (C&W). O relatório vem confirmar a ascensão desta classe de ativos no mercado português, contudo, frisa que a oferta de alojamento para estudantes "mantém-se muito abaixo das necessidades”. Já os valores médios por cama continuam a subir, embora a um ritmo inferior ao do ano anterior.

“O setor de Purpose Built Student Accommodation (PBSA) está a tornar-se uma classe de ativos cada vez mais consolidada em Portugal. Estamos agora a entrar numa nova fase, passando claramente de um mercado de desenvolvimento para um mercado de ativos permanentes e geradores de rendimento”, indica Ana Gomes, Head of New Business & Alternatives na Cushman & Wakefield Portugal,

“Nos últimos 12 meses, assistimos a novas aberturas e novos projetos começaram finalmente a ser construídos, embora muitos outros se mantenham atrasados. A procura continua a ser muito superior à oferta e as taxas de aprovisionamento continuam a ser entre as mais baixas da Europa”, acrescenta.

A consultora fez um resumo com as principais conclusões do estudo sobre o alojamento estudantil em Portugal, revelando que a apetência dos investidores pelo mercado português de PBSA mantém-se elevada e as perspetivas de novas operações de financiamento ou de compra a médio prazo são extremamente positivas.

Retrato do alojamento estudantil em Portugal

  • Portugal apresenta a maior taxa de crescimento de estudantes estrangeiros na Europa – a previsão é que a crescente mobilidade internacional dos estudantes, Europeus e de fora da Europa, aumente a procura de alojamento para estudantes nos próximos anos, ainda que dependente das políticas de migração;
  • Há espaço para crescimento significativo no mercado de PBSA, uma vez que a taxa de provisão continua a ser inferior às de outras cidades da Europa. As estimativas atuais indicam a necessidade de, no mínimo, mais 12.000 camas em Lisboa e no Porto para alinhar com a média europeia;
  • O crescimento da oferta nos últimos 12 meses na Grande Lisboa e Porto foi moderado, com cerca de 756 novas camas disponibilizadas através de instalações privadas e públicas;
  • Apesar da inflação mais controlada, as rendas continuam a crescer a um ritmo significativo, refletindo o enorme desequilíbrio entre a oferta e a procura. Face ao ano letivo 2022/23, registou-se um aumento médio anual de 8% nos preços por cama considerando as duas cidades (Lisboa e Porto). Lisboa registou um maior aumento, na ordem dos 10%-11%, enquanto que no Porto o aumento situou-se nos 4%;
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  • Durante o último ano letivo, foi transacionado um número recorde de seis projetos de alojamento para estudantes;
  • Prevê-se a entrada de cerca de 1.500 novas camas nos mercados de Lisboa e Porto durante o próximo ano letivo, das quais pouco mais de 300 serão relativas a projetos públicos;
  • Após atrasos recorrentes no licenciamento, alguns projetos receberam finalmente luz verde em termos de licenciamento e estão a ser construídos ou prestes a iniciar a sua construção, nomeadamente o projeto Milestone nas Olaias e The Social Hub em Carcavelos;
  • No que respeita a investimento no setor, o preço médio por cama situa-se entre os 80.000 euros e os 100.000 euros, com exceção da operação da Home & Co que transacionou a 152.000 euros/cama – valor claramente atípico, que demonstra inequivocamente a força da localização deste projeto no centro da cidade de Lisboa para alcançar rendas mais elevadas;
  • As yields prime de referência que servem de benchmark para o atual mercado de PBSA em Portugal situam-se entre 5,25% e 5,75%, valor que não se alterou nos últimos dois anos.

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