O baixo custo, face aos EUA, e a melhor qualidade de vida que Portugal oferece tem vindo a atrair muitos norte-americanos para mudar de vida e comprar casa em terras lusas, muitos deles depois de primeiro terem optado por arrendar casa para tomar contacto com o país. E uma das primeiras figuras com quem lidam nesta transição é mesmo o agente imobiliário, que os ajuda a procurar a habitação ideal para comprar (mas não só). Há que também ajudar os compradores no pós-venda, como na contratação da água, luz ou gás, por exemplo. Esta é a convicção de Massimo Forte, consultor, coach, formador especializado em imobiliário, que explica quais são os pontos essenciais que os agentes imobiliários devem cumprir para proporcionar um ótimo serviço às famílias.
Portugal continua a ser um destino de eleição para estrangeiros de várias origens, e mais recentemente muitos vindos dos EUA. Não só pelo clima ameno e estilo de vida que o país oferece, mas também pela segurança e bons serviços de saúde e educação, a um custo acessível face ao seu nível médio de rendimentos reais. A propósito desta onda vinda do outro lado do Atlântico, Massimo Forte conta neste artigo preparado para o idealista/news a experiência do seu vizinho norte-americano que se mudou para Lisboa há pouco tempo: “Escapar ao caos que a sua cidade lhe trazia, ao custo insustentável de habitação, trânsito, insegurança e também à sua perda de conexão com a comunidade, foram os principais focos de reflexão para a sua tomada de decisão de mudança de vida e de casa. Mas o principal foi que em Portugal, tinha melhor estilo de vida, com menos investimento”, resume o coach em imobiliário.
Neste processo de mudança de vida dos EUA para Portugal, o agente imobiliário é uma das primeiras figuras com quem tratam estas famílias. “Para um norte-americano, lidar com um agente imobiliário é algo natural e perfeitamente normal. Segundo dados do último survey da NAR, relativo a 2023, estima-se que 89% das transações nos Estados Unidos são feitas com recorrendo ao serviço prestado por profissionais de mediação imobiliária”, diz Massimo Forte.
“A expectativa de serviço [imobiliário] de um cliente norte-americano, não é diferente de um cliente nacional, mas a sua exigência é maior”, destaca o consultor imobiliário. E embora existam cada vez mais agentes imobiliário em Portugal (e mais profissionalizados), Massimo Forte recorda alguns pontos importantes para proporcionar uma ótima experiência e serviço aos compradores, sejam estrangeiros ou portugueses:
- Verificar e fornecer toda a informação disponível sobre o imóvel;
- Verificar e dar toda a informação sobre a zona onde vão adquirir o imóvel;
- Explicar todo o processo de aquisição de forma clara;
- Listar toda a documentação necessária ajudando na sua organização;
- Detalhar os custos de transação, bem como os impostos que serão cobrados referentes única e exclusivamente à transação;
- Auxiliados por um jurista, explicar a contratação e eventuais cláusulas a ter em conta caso a caso;
- Ajudar os compradores no pós-venda, por exemplo, na contratação de fornecedores de serviços como água, luz, gás, etc;
- Comunicar de forma genuína, simples e com linguagem percetível;
- Praticar assertividade e honestidade: se não se sabe algo, melhor informar que se vai procurar a informação para depois dá-la com confiança;
- Garantir que deixa sempre uma marca e memória positiva no final do processo: é essa memória que faz com que o nome do profissional surja de forma espontânea quando tiverem de recomendar um agente imobiliário profissional.
Quais as diferenças entre a mediação imobiliária nos EUA e em Portugal?
A experiência do vizinho norte-americano de Massimo Forte veio por nu várias diferenças entre a mediação nos EUA e em Portugal, como:
- Sistema de partilha de negócio não existe em Portugal, como existe nos EUA: o agente imobiliário que detém o produto pode não querer partilhar com o outro agente que está a ajudar o cliente comprador. Por isso, se o comprador quiser mesmo adquirir aquele imóvel, terá de lidar com o agente angariador que detém o contrato de angariação em exclusivo;
- Serviço de inspeção não existe em Portugal e é quase obrigatório nos EUA: este serviço serve para comprovar se o imóvel cumpre as informações anunciadas e ainda para verificar condições de habitabilidade e utilização. Sem ele, muitas famílias só dão conta dos defeitos das casas após a transação e posterior utilização do imóvel.
A par de tudo isto, o vizinho norte-americano de Massimo Forte foi confrontado com outra situação inesperada: “A falta de informação sobre o mercado, e mesmo até sobre cada produto”, o que acontece porque “muitas angariações são feitas em regime aberto, e informações (áreas, caraterísticas e preços) aparecem de forma diferente para o mesmo imóvel e muitas vezes, sem que o proprietário se aperceba”, explicou o consultor imobiliário também autor do livro “Angariar para Vender”.
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