O apagão generalizado que deixou Portugal sem eletricidade durante várias horas, tomou conta das notícias esta manhã. Foram várias as repercussões em serviços essenciais como transportes, telecomunicações e abastecimento de água. Este corte de energia, que também impactou Espanha, gerou preocupações sobre a segurança dos alimentos armazenados nos frigoríficos e congeladores.
Um apagão inesperado pode gerar dúvidas sobre a segurança dos alimentos armazenados no frigorífico e congelador. Descobre que comida se pode aproveitar no frigorífico apesar do apagão.
Quanto tempo aguenta a comida no frigorífico sem luz?
Durante um apagão, a segurança dos alimentos armazenados no frigorífico torna-se uma preocupação importante. De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, um frigorífico fechado mantém os alimentos seguros por cerca de 4 horas sem eletricidade. É crucial manter a porta fechada durante esse período para conservar a temperatura interna e evitar a proliferação de bactérias.
No caso do congelador, os alimentos podem permanecer seguros por até 48 horas se o compartimento estiver cheio, ou 24 horas se estiver meio cheio, desde que a porta permaneça fechada. Após esses períodos, é recomendável verificar a presença de cristais de gelo nos alimentos ou utilizar um termómetro para garantir que a temperatura interna se manteve abaixo dos 4 °C.
Se houver dúvidas sobre a segurança dos alimentos, o mais viável é descartá-los para evitar riscos de intoxicação alimentar.
Quais são os alimentos que se mantém seguros sem frio?
Em situações de falha de energia, é essencial saber quais alimentos permanecem seguros para consumo sem frio. Alguns produtos são naturalmente mais resistentes e podem ser armazenados à temperatura ambiente sem comprometer a sua qualidade ou segurança alimentar.
Por exemplo, alimentos como batatas, cebolas e alhos devem ser guardados em locais frescos e secos, pois a refrigeração pode alterar a sua textura e sabor. Além disso, produtos como picles, conservas, manteiga, café e especiarias são estáveis fora do frigorífico e não necessitam de estar no frigorífico para se manterem em boas condições.
Outros alimentos que também se conservam bem sem frio incluem o mel, que pode cristalizar e endurecer se refrigerado, e o chocolate, cujo sabor e textura podem ser afetados pelas baixas temperaturas.
O pão, por sua vez, tende a secar e perder frescura mais rapidamente no frigorífico, sendo preferível armazená-lo em local fresco e seco. Frutas como bananas, abacates e tomates devem amadurecer à temperatura ambiente, pois a refrigeração pode interromper esse processo e afetar negativamente o seu sabor e textura.
Apagão: alimentos que não se podem comer
De acordo com recomendações da Agência Espanhola de Segurança Alimentar, alimentos perecíveis como carnes cruas ou cozinhadas, peixes, ovos, leite fresco, queijos frescos e refeições preparadas devem ser eliminados se a interrupção de energia ultrapassar as 4 horas, mesmo que aparentem estar em boas condições.
Estes produtos são altamente suscetíveis à reprodução de bactérias quando mantidos a temperaturas superiores a 5 °C, e o seu consumo pode representar um perigo para a saúde.
Além disso, frutas e legumes já cortados, saladas prontas, sobremesas com natas ou ovos crus, molhos à base de maionese e sumos abertos também devem ser evitados após um corte de energia superior a 4 horas.
No caso do congelador, se os alimentos estiverem completamente descongelados e não estiverem frios ao toque, é aconselhável não os consumir.
Como saber se um alimento está próprio para consumo?
Segundo a CUF, sinais de deterioração incluem alterações no cheiro, cor, textura e presença de bolor. Por exemplo, carnes que apresentam descoloração, odor desagradável ou uma camada viscosa devem ser descartadas.
Laticínios com bolor, odor forte ou textura coalhada também não são seguros. Frutas e legumes que se tornaram pastosos ou com mau cheiro indicam decomposição. Além disso, embalagens inchadas ou que liberam gás ao serem abertas são sinais de que o conteúdo pode estar contaminado.
É importante notar que nem sempre as bactérias patogénicas alteram o sabor, odor ou aparência dos alimentos, tornando-os perigosos mesmo sem sinais visíveis. Portanto, confiar apenas nos sentidos pode ser insuficiente. Se houver dúvidas sobre a segurança de um alimento, o mais prudente é não consumir para evitar riscos de intoxicação alimentar.
Apagão: dicas para reduzir perdas de alimentos
Uma das principais recomendações é manter as portas do frigorífico e do congelador fechadas o máximo de tempo possível, pois cada abertura permite a entrada de ar quente, acelerando o aumento da temperatura interna.
Além disso, agrupar os alimentos no interior do congelador ajuda a conservar o frio por mais tempo, funcionando como uma barreira térmica natural. Utilizar sacos de gelo ou cuvetes também é uma estratégia eficaz para prolongar a conservação dos alimentos durante um apagão.
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