Concluída em 2025, a Belah House, em Stokes Point, Austrália, tornou-se um dos exemplos mais ambiciosos de luxo sustentável alguma vez construídos à beira-mar. O que a torna tão especial não é apenas a vista privilegiada sobre Pittwater, mas a forma como cada elemento parece nascer diretamente da encosta. Os seus terraços em cascata fazem lembrar os socalcos do Douro, criando uma topografia viva que acompanha a paisagem. Além disso, toda a estrutura foi pensada segundo princípios biofílicos, garantindo que o contacto com a natureza não é um extra – é o centro do projeto.
A casa tem 720 metros quadrados distribuídos por quatro pisos, envolvidos em jardins verticais, espaços interiores iluminados e percursos exteriores que se estendem até ao mar. Este conceito não é apenas visualmente impressionante: a sua construção inclui soluções ambientais de ponta, como aquecimento geotérmico, piscina infinita integrada na encosta e um extenso jardim na cobertura com vista panorâmica de 180°.
Como curiosidade, o proprietário e visionário do projeto é Jamie Durie, um dos designers ambientais mais reconhecidos da Austrália e rosto famoso da televisão. A casa, agora representada pela Knight Frank, está disponível por cerca de 18 milhões de euros, um valor que reflete a raridade de uma obra com esta escala e autossuficiência.
Como foi construída a Belah House?
Situada numa encosta íngreme, exigiu tecnologia de engenharia ambiental sofisticada para garantir que o edifício se fundisse com o terreno natural e pudesse suportar vários níveis ajardinados. Este tipo de projeto envolve desafios estruturais significativos, especialmente quando se pretende preservar o ambiente natural existente e criar novos ecossistemas. Entre as soluções adotadas, destacam-se:
- Concreto de baixo carbono, reduzindo a pegada ambiental da construção;
- Painéis solares de 18 kW, capazes de alimentar integralmente a casa em dias de sol;
- Sistema geotérmico de aquecimento, beneficiando da temperatura constante do subsolo;
- Armazenamento de água suficiente para autossuficiência, crucial numa propriedade deste tamanho.
Um exemplo concreto do impacto destas escolhas é a capacidade da casa operar autonomamente num dia solarengo, como sublinhou o próprio Jamie Durie. Esta autonomia é particularmente valiosa num país como a Austrália, onde a eficiência energética e a gestão sustentável dos recursos são prioridades crescentes.
O design inspirado na natureza
Antes deste projeto, Jamie Durie já era conhecido por transformar a relação entre casas e paisagens. Medalhista de ouro no Chelsea Flower Show e autor de 11 livros sobre design de jardins, aplicou aqui toda a sua filosofia de integração entre arquitetura e ambiente. O resultado é visível em detalhes como:
- Jardins suspensos que sobem pela fachada curva;
- Salas com pé-direito duplo onde cresce vegetação natural;
- Uma escadaria em madeira maciça de eucalipto manchado, projetada à medida;
- Mobiliário selecionado individualmente, com enfoque na durabilidade e materiais naturais.
O espaço interior: conforto exclusivo e tecnologia discreta
Se por fora a casa impressiona pela integração com a paisagem, por dentro surpreende pela combinação equilibrada entre tecnologia, bem-estar e privacidade. Cada piso está rodeado por jardins exteriores e interiores, permitindo uma sensação constante de retiro natural – algo raro a tão poucos minutos de Sydney. Entre os espaços mais marcantes encontram-se:
- Retiro de bem-estar completo com ginásio, sauna, banho turco e banho de gelo;
- Cinema privado perfeitamente isolado;
- Adega e bar, idealizados para receber grandes eventos sociais;
- Cozinha profissional com despensa, pensada para funcionar como espaço de catering.
A casa de hóspedes: privacidade total num piso independente
Para quem recebe visitas com frequência, a Belah House inclui uma casa de hóspedes totalmente separada, localizada no piso inferior e com entrada lateral privada.
Este espaço oferece quartos independentes e garante aos convidados uma estadia confortável sem interferir com a rotina da casa principal.
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